O evento “Caminhos do Peabiru – Aprender, Conhecer e Ensinar”, realizado no Teatro Guaíra nesta terça-feira (3), teve como objetivo o engajamento na valorização dessa rota histórica. Essa rede de trilhas tem mais de 3 mil anos e atravessa o Paraná e vai até o Peru, conectando o Oceano Atlântico ao Pacífico.
Somente no Paraná, a rede de trilhas que formam Os Caminhos do Peabiru somam 2,2 mil quilômetros e compreendem mais de 700 sítios arqueológicos. De Paranaguá a Foz do Iguaçu, foi usada por diferentes povos indígenas, como os Guarani, Kaingang e Xetá, e posteriormente por exploradores europeus, jesuítas e incas. Os caminhos serviam tanto para o comércio e comunicação entre aldeias quanto para fins religiosos, traçando o percurso do sol e seguindo a orientação da Via Láctea.
Evento
O encontro em Curitiba foi aberto com uma apresentação cultural do grupo de dança e canto do Território Sagrado Tekoa Ywy Dju, de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. A programação se seguiu com apresentações de estudiosos e povos originários sobre o tema.
Para o secretário estadual do Turismo, Márcio Nunes, a iniciativa exige engajamento da comunidade como um todo. “Isso porque é um projeto transversal, que perpassa por muitas secretarias estaduais, como a de Turismo, Educação, Cultura, Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa e Indústria, Comércio e Serviços. E, além disso, envolve diversos municípios e conta uma história ainda pouco conhecida”, afirmou.
O secretário ainda ressaltou que, a partir da construção dessa narrativa e da divulgação ampla dos caminhos, a rota poderá ser transformada em um ativo histórico, cultural e de preservação. “Vamos fazer o turismo acontecer de maneira organizada, preservando o passado, mas com um olhar voltado para o futuro, para que haja geração de emprego e renda e resulte na melhoria de vida das pessoas”, complementou.
O evento também contou com as palestras de Elon Jacintho, do povo Guarani Nhandewa, que compartilhou suas experiências na retomada dos territórios ancestrais; do pesquisador Arleto Rocha, que respondeu as perguntas fundamentais que todo professor deve saber sobre a rota; e de Claudia Parellada, especialista em Arqueoastronomia, que pesquisa o uso de constelações e de conhecimentos astronômicos pelos povos antigos.
Com informações da Agência Estadual de Notícias.