No Paraná, o diabetes é a terceira razão pela mortalidade prematura em pessoas de 30 a 69 anos. Foram realizados mais de 1 milhão de atendimentos para diabetes e mais de 2 milhões para hipertensão nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Estado, um aumento de 48% em relação ao ano passado.
O atendimento às pessoas com doenças crônicas como diabetes e hipertensão arterial, mais conhecida como “pressão alta”, deve iniciar pela UBS. De acordo com a coordenadora de Promoção da Saúde da Sesa, Elaine Cristina Vieira, cuidar da alimentação todos os dias é importante tanto para a prevenção da doença quanto para quem já tem o diagnóstico.
Em dois anos, os registros de atendimento para hipertensão arterial passaram de 1.584.410 em 2021 para 4.659.029 em 2023, aumento de 194%. Desde janeiro deste ano esse número já ultrapassa os 2,4 milhões de atendimentos.
“Para o controle da glicemia, peso corporal e da pressão arterial é necessário manter uma rotina alimentar baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, que incluam os vegetais, grãos e carnes, evitando o consumo de alimentos ultraprocessados, pois esses são ricos em açúcar, sal, gorduras e aditivos”, alertou. “Além disso, a prática regular de atividades físicas também melhora o controle glicêmico, além de reduzir os fatores de risco cardiovascular, contribuir para a perda de peso e aumentar a sensação de bem-estar”.
De acordo com um levantamento da Secretaria da Saúde, os hábitos alimentares de 4 milhões pessoas foram avaliados na Atenção Primária à Saúde (APS) entre 2019 e 2022. Os dados são preocupantes e indicam alta prevalência de excesso de peso e maus hábitos alimentares, com excesso de bebidas adoçadas e alimentos ultraprocessados.
Diabetes
O Diabetes Mellitus (DM) é causado pela produção insuficiente ou resistência à ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e responsável por metabolizar a glicose transformando-a em energia para a manutenção do funcionamento do nosso corpo.
Isso provoca altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente. Esse aumento dos níveis de glicemia pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos.
Diversas situações e condições podem desencadear o diabetes – a maioria dos casos é classificada em Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 e Diabetes Gestacional. A identificação do tipo é fundamental para o tratamento adequado.
Hipertensão
A hipertensão arterial é uma condição clínica multifatorial, podendo ser assintomática e silenciosa, caracteriza-se por elevação da pressão arterial acima de 120mmHg de pressão máxima e 80mmHg de pressão mínima.
Com o intuito de auxiliar no tratamento e prevenção da doença, a Sesa adota o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) a fim de melhorar a resolutividade do atendimento aos usuários com hipertensão arterial e diabetes, por meio da estratificação de risco das pessoas com a doença para proporcionar tratamento e acompanhamento adequados.
Ações para o cuidado
Além dos trabalhos desenvolvidos pela Sesa no SUS Paraná, por meio da Linha Guia de Diabetes Mellitus e Linha Guia de Hipertensão Arterial, estratificando o risco de cada pessoa para o cuidado em saúde mais adequado e em tempo oportuno, a pasta realizou neste primeiro semestre vários encontros sobre o tema.
Foram cinco capacitações referentes ao Cuidado das Pessoas com Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus, que integram os workshops do PlanificaSUS. O programa é um processo de educação permanente que permite desenvolver a competência das equipes para o planejamento e organização da atenção à saúde com foco nas necessidades dos usuários, baseando-se em diretrizes clínicas, de acordo com o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC).
Os workshops aconteceram na macrorregião de saúde Leste, compreendendo as regiões de União da Vitória, Ponta Grossa, Guarapuava, Irati, Paranaguá e Telêmaco Borba e reuniram mais de 700 profissionais. Eles têm os objetivos de compreender os conceitos de condições de saúde, estratificação de risco, gestão da condição de saúde e macroprocessos organizados das linhas de cuidado para as condições crônicas na Atenção Primária à Saúde (APS) e Atenção Ambulatorial Especializada (AAE).
Com informações da Agência Estadual de Notícias.