A partir de janeiro, o Partido Social Democrático (PSD) assumirá 162 prefeituras do estado do Paraná. Com isso, o partido do governador Carlos Massa Ratinho Junior vai se manter como aquele com mais prefeituras no Estado, e amplia sua hegemonia, já que, em um único turno, conquistou 33 prefeituras a mais do que nas eleições municipais de 2020 (em ambos os turnos). O número ainda pode subir, pois o PSD está na disputa pelo segundo turno em Curitiba e Londrina.
O resultado contribuiu para que o partido se tornasse aquele que elegeu o maior número de prefeitos no primeiro turno no País — foram 847.
Além disso, nas palavras do próprio PSD Paraná, reforçaram “o capital político do governador Ratinho Junior como maior cabo eleitoral do Estado”, o que não só aumenta a área de influência do governador no Estado como também fortalece o nome dele como presidenciável — no início desta semana, o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, afirmou em uma entrevista que, se o PSD tiver candidato em 2026, ele deve ser Ratinho Junior.
De 2016, quando Ratinho Junior se filou ao PSD com o projeto de se tornar governador, para cá, o partido viu o número de prefeituras sextuplicar, indo de 28 naquele ano para 162 neste.
O segundo partido com mais candidatos eleitos para as prefeituras paranaenses foi o Progressistas, cujo diretório estadual é presidido pela deputada estadual Maria Victoria e que tem o deputado licenciado e secretário de Indústria e Comércio do Paraná, Ricardo Barros, como seu principal nome.
O PP conquistou 61 prefeituras, 39 a mais do que em 2020 — em 2016, o partido conquistou 25 prefeituras, em 2020, 22. Apesar de ter perdido a disputa em diversas cidades-chave (veja abaixo), o partido venceu com vantagem em Maringá, se manteve na corrida pelo segundo turno em Londrina e se consolidou como a segunda maior força política do estado.
Em seguida, vem o PL, com 52 prefeituras, 21 a mais do que em 2020. Na sequência, estão MDB, com 30 prefeituras (foram 28 em 2020) — sendo que uma delas aguarda decisão da Justiça Eleitoral para ser validada — e União Brasil, com 29 e chance de chegar à 30a, dependendo do resultado do segundo turno em Ponta Grossa (foram 25 do Democratas e 25 do PSL em 2020).
Por outro lado, a esquerda encolheu ainda mais no Estado. PDT, que conquistou 17 prefeituras em 2020, conseguiu eleger apenas cinco prefeitos neste pleito. O PT passou de oito eleitos nas eleições municipais anteriores para três nessas.
Ao todo, 15 partidos elegeram prefeitos no Estado de um total de 27 que lançaram candidatos ao cargo. Confira como ficou o placar:
- PSD* – 162
- PP* – 61
- PL – 52
- MDB – 30**
- União Brasil* – 29
- Republicanos- 16
- PSB – 14
- PSDB – 9
- Podemos – 8
- PDT – 5
- PRD – 3
- PT – 3
- Cidadania – 2
- Novo – 1
- Solidariedade – 1
*Partidos que disputam segundo turno (além do PMB)
**Uma sob júdice.

Vitórias e derrotas
A área de influência de Ratinho Júnior e o PSD se ampliou com vitórias importantes entre as grandes cidades do Estado e a Região Metropolitana — mas isso só foi possível graças a alianças com outros partidos.
Entre as dez maiores cidades do Paraná, o partido se elegeu, efetivamente, em São José dos Pinhais, com Nina Singer, e em Colombo, com Helder Lazzarotto. Ajudou a eleger Renato Silva (PL), em Cascavel, General Silva e Luna (PL), em Foz do Iguaçu, e Denilson Baitala (PL), em Guarapuava. E aguarda o desfecho em Curitiba e Londrina.
Na Região Metropolitana de Curitiba, outras vitórias de Ratinho e do PSD foram Campo Largo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara e Quatro Barras — com candidatos do PSD — e Almirante Tamandaré, onde apoiaram Daniel Lovate (MDB). Em outras regiões, conquistaram ainda as prefeituras de Guaíra, Cianorte, Paranavaí e outras.
Em muitas disputas, como em Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu, Campo Largo e Paranavaí, o partido se sobrepôs àquele que se tornou seu principal adversário nas eleições municipais: o Progressistas — mas não em todas.
Foi o caso de Maringá, onde Silvio Barros (PP), irmão de Ricardo Barros, voltou a ser conduzido ao cargo com 65,57% dos votos, superando com folga os 21,89% de Edson Scabora (PSD). Em Ponta Grossa também há essa chance. Ali, a aposta era Marcelo Rangel (PSD), que ficou em terceiro lugar e não passou para o segundo turno. Se Mabel Canto (PSDB) for eleita, a vitória também será do Progressistas, que a apoio neste pleito.
Também perdeu em Araucária, que elegeu Dr. Gustavo (PL), que concorria contra Dr. Claudio, do União, candidato apoiado pelo partido do governador.