Alex Canziani, sua filha, Luísa Canziani, Tiago Amaral, Cloara Pinheiro e Tercílio Turini. Os cinco são pré-candidatos à Prefeitura de Londrina para eleição que acontece em outubro. Só que todos estão no mesmo partido, o PSD, do governador Carlos Massa Ratinho Junior. O impasse no partido é o retrato do quadro eleitoral da segunda maior cidade do Paraná, que começa o ano das eleições municipais com pelo menos 18 nomes desejando a prefeitura.
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Marcelo Belinati (PP) encerra, neste ano, seu segundo mandato como prefeito. E mesmo mantendo bons índices de aprovação, sempre acima de 60% nas pesquisas divulgadas até o ano passado, ainda não indicou um sucessor. Seu vice, João Mendonça (Podemos), o deputado federal Marco Brasil (PP) e o secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, disputam a benção do prefeito, mas nenhum ainda empolgou o eleitorado londrinense. Na pesquisa de 14 de dezembro, não passaram de 3% das intenções de voto. Outro nome internamente cogitado é o do secretário de Saúde, Felippe Machado.
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O líder nas pesquisas é o deputado federal Filipe Barros (PL), que aparece oscilando entre 16% e 24%, dependendo dos cenários estimulados, mas sempre na primeira posição. O deputado federal bolsonarista, no entanto, não confirma que será candidato, citando que a decisão será tomada, no período das convenções (julho e agosto) e em conjunto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
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Dentro do PSD, o nome preferido é o do deputado estadual Tiago Amaral. Ele conta com sua proximidade ao governador Ratinho Jr., a influência da presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Assembleia Legislativa, e a de seu pai, Durval Amaral, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, para ser o escolhido pelo partido. Contra ele, pesa o histórico eleitoral, uma vez que disputou a prefeitura em 2020, com o apoio do governador, e foi apenas o quinto mais votado. A deputada mais votada na cidade, Cloara Pinheiro, também pede passagem. Ambos, quando colocados como opção do PSD na pesquisa do Instituto Multicultural, aparecem na segunda posição. Alex e Luísa Canziani correm por fora e Tercílio Turini cogita trocar de partido para disputar a eleição.
Há, ainda, pré-candidatos com situação duvidosa perante a Justiça Eleitoral. O ex-deputado federal cassado Boca Aberta (Avante), apresenta-se como pré-candidato, mas a princípio estaria inelegível até 2025. Ele foi cassado em 2017 por quebra de decoro parlamentar e perdeu o cargo de vereador. A extensão dessa punição, que é de 8 anos, também o levou a perder o cargo de deputado federal, ao qual foi eleito em 2020, quando disputou a eleição amparado por decisão judicial.
Ex-prefeito da cidade e ex-deputado federal, Barbosa Neto (PDT) também cogita voltar à disputa. Em 2012, o pedetista foi cassado pela Câmara dos Vereadores. Em 2022, disputou a eleição para deputado estadual. O Ministério Público chegou a impugnar sua candidatura, por considera-lo inelegível, mas seu registro foi deferido pela Justiça Eleitoral do Paraná. Há, no entanto, condenações em primeira instância contra o ex-prefeito que, se mantidas por um tribunal, o deixariam, novamente, inelegível.
Em uma das cidades paranaenses com maior percentual de votos para Jair Bolsonaro em 2022 (72,86%) o PT não consegue encontrar um nome viável para a disputa, mesmo já tendo administrado Londrina, com Nedson Micheleti (2001-2008) e sendo berço de alguns nomes de destaque nacional do partido, como o ex-ministro Paulo Bernardo. A educadora Isabel Diniz é a pré-candidata da legenda, mas não atingiu 2% nos cenários estimulados do Instituto Multicultural. Com a estratégia nacional do PT de abrir mão de candidaturas próprias para apoiar aliados, esse pode ser o caminho tomado, também, em Londrina. Neste caso, a opção mais provável seria por uma aliança com Barbosa Neto (PDT).