A instituição financeira cooperativa Sicredi lançou um relatório para projetar indicadores das safras de milho, soja e trigo. Com atualização mensal, o “Sondagem de Safras” é baseado em informações geradas por colaboradores especialistas em agronegócio que trabalham no atendimento aos produtores. Os relatórios podem ser acessados na página de análises econômicas e financeiras da instituição.
Segundo o Sicredi, o objetivo principal da iniciativa é contribuir com a cadeia do agro ao gerar indicadores que possibilitam uma visão nacional a partir da expertise local da companhia.
“Nós temos um interesse muito grande em dar suporte às atividades econômicas e uma ligação bastante próxima com o agronegócio brasileiro e entendemos que, além do crédito e outras soluções financeiras, poderíamos contribuir por meio de disponibilização de informações de qualidade aos produtores”, disse André Nunes de Nunes, economista-chefe do Sicredi.
No documento estão disponíveis indicadores como área plantada, produtividade, produção, plantio, colheita e condições das lavouras das principais culturas do país.
Como a sondagem é feita
Um conjunto de colaboradores com conhecimento no agronegócio responde, com base na situação das lavouras de sua região, quinzenalmente a um questionário elaborado pela Gerência de Análise Econômica (GAE) do Banco Sicredi, que fica responsável pelo refinamento e tratamento dos dados. Todas as perguntas são relativas ao período de coleta.
A qualidade das lavouras é segmentada em boa, média e ruim. Os progressos do plantio e da colheita são informados em termos percentuais e comparados à média das últimas três safras. A produtividade é estimada com base na produtividade histórica e na expectativa inicial e atual de produtividade de cada região. A área plantada é estimada com base na safra passada e na expectativa de aumento de área para a safra atual. A produção é derivada das estimativas de área e produtividade.
O que aponta o relatório de abril
Os dados apresentados no primeiro relatório, que é baseado em informações coletadas de 8 a 15 de abril, trazem como destaque as informações relacionadas à “safrinha” do milho. Confira:
Milho 1ª safra
A expectativa é de uma produção de 23 milhões de toneladas, 15,9% menor do que a alcançada na safra passada, em função de uma queda de 14,5% na área plantada – são 3,80 milhões de hectares contra 4,44 milhões na passada – e de redução de 1,6% na produtividade – 101 sacas/hectare contra 102,7 na safra anterior.
Milho 2ª safra
Devido às margens de lucro mais apertadas e à influência do fenômeno climático El Niño, é esperada uma produção de 85,9 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 16,1% em relação à safra passada. Essa queda ocorre por causa de uma menor área plantada – 15,84 milhões de hectares nesta safra, contra 17,19 milhões na safra passada – e de uma menor produtividade – 90,4 sacas/hectare contra 99,2 na anterior.
Soja
A redução de 4,1% na produção em relação à safra 22/23 será motivada por uma queda de 6,3% na produtividade, que atingirá 54,8 sacas/hectare, e será apenas parcialmente compensada por um incremento de 2,3% na área plantada, que chegará a 45,1 milhões de hectares. Uma maior produtividade do Rio Grande do Sul deve ser acompanhada de uma redução na produtividade no Centro-Oeste, no Sudeste e no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Assim, a previsão de produção da sondagem do Sicredi é de 148,3 milhões de toneladas.