A Sanepar assinou na terça-feira (16) dois contratos de financiamento – com Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – para investimentos na ampliação das redes de tratamento de esgoto de Curitiba. No total, os recursos aportados são de R$ 456 milhões. As obras contam com parceria da prefeitura da capital.
Com o Banco do Brasil, o contrato da Sanepar é de R$ 375 milhões, destinado à modernização da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) CIC-Xisto, contribuindo diretamente para melhorar a qualidade da água do Rio Barigui.
O recurso foi captado por meio do Eco Invest – uma linha de financiamento vinculada ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC). A modalidade de crédito utiliza o modelo de blended finance, que combina recursos públicos e privados para alavancar investimentos sustentáveis.
O formato reduz os custos de capital para projetos com alto impacto socioambiental. As ações selecionadas atendem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, com ênfase nos ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), 6 (Água Potável e Saneamento) e 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis).
Com a medida, a população atendida pelo sistema passará de 426 mil para 693 mil habitantes, por meio da expansão da rede coletora de 1.325 km para 2.175 km. Além disso, a capacidade de tratamento saltará de 750 litros por segundo (L/s) para 1.400 L/s. A expansão do atendimento de esgoto reflete diretamente na saúde pública, qualidade de vida, valorização urbana e integração socioambiental da cidade.
As obras vão ajudar também a reduzir a carga orgânica remanescente de 90 mg/L para 26 mg/L de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). Quanto menor for esse valor, menor será a presença de matéria orgânica e, consequentemente, de poluição. Assim a qualidade do efluente lançado nos corpos hídricos melhora, contribuindo para a saúde dos rios, preservação da biodiversidade e prevenção de doenças.
A medida vai permitir ainda o tratamento do material em uma unidade mais moderna, proporcionando maior eficiência, redução de odores e de riscos operacionais. A antiga ETE Santa Quitéria será aposentada. Ademais, o aproveitamento energético do biogás gerado no tratamento de lodo e a produção de lodo com potencial de uso como fertilizante promovem economia circular e sustentabilidade.
O segundo contrato, de R$ 81 milhões, é com a Caixa Econômica Federal. Com ele, serão beneficiados a ETE Belém, as bacias Belém e Uvu, e os bairros Butiatuvinha (Bacia Passaúna), Ganchinho e Caximba. Entre as intervenções estão programadas as substituições e implantações de 73 km de tubulações – 50 km de coletores e redes coletoras e 23 km de linhas de recalque –, assim como a padronização de 774 ligações prediais e a instalação de 1.419 novas ligações domiciliares.
A expansão da cobertura de esgoto melhora a destinação dos resíduos para mais de 800 mil habitantes, beneficiando diretamente 750 famílias de baixa renda e garantindo acesso ao serviço de esgotamento sanitário a aproximadamente 2 mil famílias. Além das vantagens para saúde e operacionalização do processo de saneamento, nesse caso específico a modernização e a substituição das redes antigas reduzem também os riscos de extravasamentos e valorizam áreas urbanas em processo de expansão – como Ganchinho e Caximba.
Para o diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, as obras viabilizadas pelos financiamentos são mais passos na corrida pela universalização do saneamento, que demanda um esforço financeiro e técnico.
“Nós queremos alcançar a universalização até 2029. Isso faz com que a Sanepar tenha que investir muito dinheiro. São R$ 11,8 bilhões programados nos próximos 5 anos, fazendo com que haja geração de emprego, que haja inclusão social e principalmente benefício para a saúde pública”, explicou, lembrando que há obras em andamento ou planejadas em todo o Paraná.
Além de Bley, a assinatura dos financiamentos contou com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior e do prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel.
Com informações da Agência Estadual de Notícias