Um levantamento eleitoral, feito pela Neokemp Pesquisas nos dias 4 e 5 de novembro, mostra um panorama acirrado para a disputa pelas duas cadeiras do Senado pelo Paraná nas eleições do ano que vem. O instituto realizou dois cenários, com uma pergunta adicional de qual seria o segundo voto dos eleitores, já que serão duas cadeiras a serem substituídas em 2026.
A exceção dos cenários com o ex-procurador da Lava Jato e deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo), que se descola do segundo colocado fora da margem de erro do levantamento, os outros candidatos no topo ficam empatados tecnicamente na disputa.
Outro destaque é o alto percentual de indecisos, na casa de 20% em todos os cenários, o que demonstra que o eleitorado paranaense ainda não se envolveu de fato na disputa.
Os dois eleitos no ano que vão irão substituir Flavio Arns e Oriovisto Guimarães, ambos do Podemos. Enquanto o primeiro deu indicações de que não concorrerá à reeleição, mas diz que a decisão ainda não está tomada, o segundo já demonstro não ter interesse em buscar seguir no Senado. O terceiro senador do Estado é Sergio Moro (União Brasil), eleito ao cargo em 2022.
A presença de Deltan Dallagnol na pesquisa, suscita novamente a discussão sobre a possível inelegibilidade do ex-deputado federal, que teve o registro de candidatura cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e perdeu o mandato, após receber mais de 300 mil votos nas eleições de 2022.
A interpretação de analistas ouvidos por O Luzeiro é que ele está inelegível até dia 5 de novembro de 2029, quando se completarão oito anos de sua exoneração (pedido de demissão) do Ministério Público Federal (MPF).
A antecipação desse pedido – feito a 11 meses antes da eleição quando membros do Ministério Público precisam apenas de 6 meses para se desvincularem do cargo pela legislação – foi o que levou ao entendimento que Deltan tentou escapar de apurações que poderiam virar Procedimentos Administrativos Disciplinares (PADs), que uma vez abertos gerariam a inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa.
Os números da Neokemp para o Senado
Cenário 1:
Deltan Dallagnol (Novo) – 24,3%
Cristina Graeml (União Brasil) – 15,6%
Zeca Dirceu (PT) – 12%
Alexandre Curi (PSD) – 11,8%
Filipe Barros (PL) – 6,6%
Não sabe – 20,4%
Branco/Nulo – 9,3%
Cenário 2:
Cristina Graeml (União Brasil) – 21,4%
Alexandre Curi (PSD) – 17,1%
Filipe Barros (PL) – 13,7%
Zeca Dirceu (PT) – 12,4%
Não sabe – 21,4%
Branco/Nulo – 14%
2º voto para senador:
Deltan Dallagnol (Novo) – 26,9%
Cristina Graeml (União Brasil) – 16,3%
Alexandre Curi (PSD) – 11,8%
Zeca Dirceu (PT) – 9,6%
Filipe Barros (PL) – 8,7%
Não sabe – 19,2%
Branco/Nulo – 7,5%
Rejeição dos candidatos
O Neokemp também questionou os eleitores sobre em quem eles não votariam “de jeito nenhum” para senador. Os resultados estão abaixo:
- Zeca Dirceu (PT) – 38%
- Deltan Dallagnol (Novo) – 13,8%
- Alexandre Curi (PSD) – 10%
- Cristina Graeml (União Brasil) – 9,7%
- Filipe Barros (PL) – 4,2%
- Rejeita todos – 11,5%
- Não rejeita ninguém – 12,9%
Os dados da pesquisa
A pesquisa Neokemp foi feita a partir de 1.008 entrevistas, feitas entre 4 e 5 de novembro em 97 municípios do Paraná, de forma automatizada e com o uso do método URA (unidade de resposta audível). A margem de erro do levantamento é de 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%.


