A Prefeitura de Curitiba anunciou nesta quinta-feira (22) o planejamento de ações de seu plano de contingência para atendimento de casos respiratórios nos serviços públicos de saúde da capital. Há três semanas seguidas, a cidade registra um aumento nos atendimentos, o que motivou a divulgação das medidas.
O plano de contingência de Curitiba é organizado por níveis de ações a serem desencadeadas, de acordo com o cenário epidemiológico e assistencial, avaliados de forma constante pelo Comitê de Técnica e Ética Médica da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba.
Entre as ações previstas, estão a ampliação de leitos de UTI e da vacinação contra a gripe, com estratégia extramuros; implantação do eixo Y nas UPAs, separando o fluxo de atendimento dos casos respiratórios dos demais; implantação do time de resposta rápida nas UPAs, com ampliação de carga horária de médicos em períodos de maior demanda; reforço da escala médica nas Unidades Básicas de Saúde no final da tarde, até o fechamento da unidade, facilitando a busca por atendimento na saída das escolas; e ampliação de equipes do Saúde em Casa, impactando em mais atendimento domiciliar e desospitalização.
Várias ações já foram ativadas, desde o início do outono, período sazonal de aumento de casos respiratórios na capital. No chamado nível zero, foram intensificadas campanhas de comunicação sobre a importância das medidas de prevenção e transmissão das doenças respiratórias agudas e a intensificação da campanha de vacinação contra a gripe, por exemplo.
Vacina, vacina, vacina
Da mesma forma que o Paraná, Curitiba também registra índices de vacinação muito abaixo do esperado no grupo prioritário. Até o dia 19 de maio, a cobertura do público de rotina (pessoas com 60 anos ou mais, crianças de 6 meses a 5 anos e gestantes) atingiu 36%, sendo que o esperado é atingir 90% do público alvo. A vacinação das crianças atingiu somente 20% do total esperado.
“É importante que a vacinação ocorra, ela é uma vacina tranquila, testada, retestada. Salva vidas, protege, imuniza. Eu tenho três filhos pequenos, sei como é isso. É muito importante que os pais levem os filhos para se vacinarem e também se vacinem, assim como as pessoas idosas”, convocou o prefeito Eduardo Pimentel, que participou da reunião que estabeleceu o plano de contigência.
Vale lembrar que a vacinação contra a gripe em Curitiba, e em todo Paraná, foi liberada para todos os públicos desde o Dia D, realizado em 10 de maio. Qualquer pessoa pode agora receber uma dose.
As autoridades também reforçam a necessidade de a população ter cuidados específicos para previnir infecções respiratórias, similares aos que todos estão acostumados, pela pandemia da Covid-19: lavar regularmente as mãos; evitar contato das mãos com olhos e boca; evitar espaços fechados e não ventilados; usar máscara caso tenha sintomas gripais etc.
Desafogar Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)
A secretária municipal de Saúde, Tatiane Filipak, também reforçou uma orientação bastante repetida pelas autoridades na cidade: o de que a população saiba o lugar certo para cada tipo de atendimento. A intenção é desafogar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que ficam sobrecarregadas pela alta procura.
Segundo a secretária, 85% dos pacientes que vão à UPA não precisam de uma unidade de pronto atendimento, são classificados como não urgentes (cor verde na classificação de risco). Essas pessoas poderiam ter uma consulta agendada na sua unidade de saúde ou ainda acionar a Central Saúde Já – (41) 3350-9000.
“Por isso, a gente pede à população ligar na nossa Central 3350-9000 se o quadro for leve. Desta forma, o paciente vai passar por um videoatendimento com um médico e já recebe a receita via aplicativo, o atestado, a orientação e algo importante: se estiver com algum sintoma grave, a nossa Central já aciona a retaguarda. Se precisar, vai acionar o Samu, que irá à casa do paciente levá-lo até a UPA”, orientou ela.
Confira os níveis de ação do plano de contingência
Nível 0 – Ações já ativadas
- Campanhas de comunicação sobre a importância das medidas de prevenção e transmissão das doenças respiratórias agudas;
- Sensibilização da população para a busca do equipamento adequado de atendimento (US, Central Saúde Já e UPA);
- Intensificação da campanha de vacina da Influenza para todas as faixas etárias. A vacinação iniciou em 1 de abril para públicos prioritários e em 10 de maio foi aberto a todos os públicos;
- Monitoramento dos dados epidemiológicos, da taxa de ocupação dos leitos e tempo de espera para atendimento médico na UPA;
- Estudo de ampliação de RH médico na Atenção Primária à Saúde – priorizar as unidades de saúde próximas de escolas e com maior fluxo de atendimento;
- Estudo de ampliação de RH médico nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs);
- Dimensionamento de recursos necessários para o atendimento aos casos suspeitos ou confirmados de SRAG (insumos, equipamentos, TI e logística);
- Mapeamento da Rede Hospitalar com capacidade de ampliação de leitos;
- Capacitação das equipes sobre o fluxo de atendimentos das doenças respiratórias agudas.
Nível 1 – Ações em andamento
- Intensificação da vigilância nas unidades sentinelas em relação aos vírus circulantes mais predominantes (ativado);
- Monitoramento da taxa de ocupação de leitos – visita diárias dos auditores nos hospitais (ativado);
- Manutenção da divulgação das medidas de controle das doenças respiratórias agudas junto à população (ativado);
- Divulgação da busca de atendimento dos pontos de atenção de acordo com a gravidade clínica – unidades de saúde, Central Saúde Já e UPAs (ativado);
- Cabines para teleatendimentos nas UPAs Sítio Cercado, Boa Vista, Cajuru, Fazendinha. Após classificação de risco, paciente com sintoma respiratório leve é direcionamento para teleatendimento em cabine conectada à Central Saúde Já, reduzindo tempo de espera por atendimento.
- Ampliação de 10 leitos de UTI adulto no Hospital Municipal do Idoso (ativado);
- Ampliação da vacinação contra a gripe, com estratégia extramuro, levando a vacina até à população, em escolas, órgãos públicos, Ceasa, Ruas da Cidadania. O projeto será expandido com parcerias com igrejas, supermercados e shoppings (em ativação);
- Realização de reuniões do Comitê Municipal de Respostas para Emergências em Saúde Pública, do Conselho Municipal de Saúde (CMS), da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e do Comitê de Técnica e Ética, de acordo com as agendas estabelecidas. (em ativação)
Nível 2 – Próximas ações
- Implantação do eixo Y nas UPAs, separando o fluxo de atendimento dos casos respiratórios dos demais;
- Implantação do time de resposta rápida nas UPAs, com ampliação de carga horária de médicos em períodos de maior demanda;
- Reforço da escala médica nas unidades básicas de saúde no final da tarde, até o fechamento da unidade, facilitando a busca por atendimento na saída das escolas;
- Ampliação de equipes do Saúde em Casa impactando em mais atendimento domiciliar e desospitalização.
Nível 3 – Ações que podem ser desencadeadas, em caso de necessidade
- Ampliação de leitos de UTI: 30 leitos de UTI adulto, 10 de UTI pediátrica, e 30 leitos clínicos;
- Hospital Bairro Novo – Transformação em Retaguarda de Pediatria;
- Estudo de necessidade de redução de cirurgias e procedimentos eletivos.
Com informações da Prefeitura de Curitiba