Também conhecida como Paralisia Infantil, a poliomielite pode causar severas consequências à saúde de crianças e jovens. Neste 24 de outubro, Dia Mundial de Combate à Poliomielite, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça a importância da vacinação e da vigilância constante para garantir que o Paraná permaneça livre da doença.
A poliomielite é uma infecção viral grave que pode causar paralisia súbita, afetando principalmente crianças menores de 5 anos. A vacinação é a única forma eficaz de prevenção, pois não existe tratamento específico para a doença.
O Paraná já está livre de casos de poliomielite há 38 anos, enquanto o Brasil não registra a circulação do vírus há 35, e as Américas, há 30 anos. No entanto, o combate continua uma prioridade global, dada a possibilidade de reintrodução do vírus em regiões como o Brasil.
Vacinação
A partir de 4 de novembro as doses de reforço aos 15 meses de idade, anteriormente aplicadas com a vacina oral (VOPb), popularmente conhecida como “gotinha”, é substituída pela vacina inativada (VIP), que é injetável.
Agora, o esquema vacinal consiste em quatro doses: a primeira aos 2 meses, a segunda aos 4 meses, a terceira aos 6 meses e uma dose de reforço aos 15 meses. A dose de reforço aos 4 anos não será mais necessária, já que o esquema atual de quatro doses garante proteção adequada. Essa atualização foi feita com base em recomendações internacionais.
A cobertura vacinal da VIP no Paraná em crianças menores de um ano foi de 80,75% em 2021, de 84,12% em 2022 e 91,80% em 2023, de acordo com dados do Painel de Cobertura Vacinal do Ministério da Saúde – a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.
Vigilância
Recentemente, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta após a detecção de poliovírus derivado vacinal tipo 3 em águas residuais na Guiana Francesa, na fronteira com o Amapá. Esse fato reforça a necessidade de intensificar as ações de vigilância no Brasil, especialmente na detecção, investigação e coleta rápida de todos os casos de Paralisia Flácida Aguda (PFA) em menores de 15 anos. A PFA, caracterizada pela paralisia súbita dos membros, pode ser um sinal de poliomielite e requer monitoramento contínuo.
No Paraná, a meta é a notificação de, no mínimo, 23 casos de PFA por ano em menores de 15 anos, já que trata-se de um dos sintomas da poliomielite. Após a notificação é realizado o exame de fezes e, com resultado negativo para o poliovirus na amostra, o caso é descartado. Isso garante a detecção precoce de uma possível circulação do vírus. Em 2024, o Estado já notificou 27 casos de paralisia flácida aguda.
Além disso, é importante monitorar viajantes que apresentem sintomas condizentes com poliomielite e que estiveram nos últimos 30 dias em áreas com circulação do vírus, como Afeganistão, Paquistão, algumas regiões da África e a Faixa de Gaza.
Com informações da Agência Estadual de Notícias