Os candidatos à Prefeitura de Curitiba voltaram a se encontrar para um debate na noite deste sábado (19), desta vez promovido pela RICtv. Mais uma vez, o clima esquentou, com trocas de acusações e provocações — foram registrados mais de dez pedidos de direitos de resposta da candidata Cristina Graeml (PMB) —, mas sem grandes novidades em relação ao que foi visto na última segunda-feira (14), na Band.
Graeml tentou mostrar aos eleitores que Eduardo Pimentel (PSD) é um representante da velha política, que não respeita servidores públicos, que tem relação com pessoas que enfrentam processos na Justiça e que integra uma gestão que não resolveu os problemas da cidade em oito anos. Ao mesmo tempo, reafirmou sua postura “antissistema” e de direita, além da proposta de “governar ouvindo as pessoas”.
Pimentel, por sua vez, tentou mostrar que Cristina não está preparada para assumir a gestão da cidade porque não tem experiência ou propostas concretas e exequíveis, que é “a candidata do ódio e da desunião” e que, mesmo se colocando como antissistema e anticorrupção, está cercada de pessoas que também enfrentam processos na Justiça, além de estar ela mesma sob investigação. Sobre si, demonstrou que tem conhecimento minucioso sobre a cidade e como executar suas propostas.
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Se no debate da Band, Graeml chegou atacando e encontrou Pimentel disposto a comprar a briga, no da RIC, o começo foi mais lento e até confuso para quem esperava uma discussão sobre os problemas da cidade: a partir de uma pergunta sobre a revisão do Plano Diretor, assunto essencial para a cidade em 2025, os candidatos começaram a debater se a Prefeitura havia feito ou não uma homenagem ao ex-prefeito Jaime Lerner (em tempo, a homenagem foi feita com a criação do Parque Jaime Lerner, que envolver o complexo Parque das Pedreiras e Ópera de Arame, além do Farol das Cidades).
No mesmo bloco, que era livre, a conversa circulou por vários temas, como reforma tributária, vacinação e cargos, sem que qualquer um fosse efetivamente desenvolvido. O que mais rendeu — não só nesse, mas em quase todos os blocos — foi a questão das creches e as propostas para reverter o déficit de vagas. Enquanto Graeml disse que vai cuidar da educação pública municipal “com muito zelo”, “abrigando crianças na sala de aula” e “olhando pra saúde mental das nossas professoras”, Pimentel afirmou que vai construir 36 novas creches e implantar o vale-creche.
No segundo bloco, as discussões mais propositivas giraram em torno da Guarda Municipal e de segurança no trânsito e radares, os temas sorteados para o segmento. Graeml prometeu que vai realizar concurso para contratar novos guardas, comprar equipamentos e promover uma integração com as polícias civil e militar. Pimentel afirmou que vai abrir concurso e que seguirá investindo em equipamentos. Disse ainda que vai aumentar para 200 os botões de pânico para mulheres vítimas de violência doméstica.
O transporte coletivo foi tema do terceiro bloco. Graeml afirmou que vai reduzir o preço da passagem e aproveitou para explicar que não pretende aumentar o valor do bilhete com a passagem proporcional. Disse também que pretender implantar um VLT. A proposta de Pimentel é reduzir a passagem a partir da nova licitação do transporte coletivo — até que ela saia, ele disse que haverá uma tarifa com 50% de desconto no domingo e que desempregado em busca de emprego poderão usar os ônibus gratuitamente.
No último bloco, as creches voltaram à discussão, mas não houve aprofundamento das propostas que já haviam sido apresentadas. Sustentabilidade também foi um tema — para o qual Graeml propôs a implantação do VLT, a drenagem de rios e manutenção de galerias de água da chuva, enquanto Pimentel afirmou que vai construir seis novos parques, entre os quais está a Reserva Hídrica do Futuro, duas florestas urbanas e ampliar a geração de energia solar para que o município atenda 100% de sua demanda.