Foram registrados vários focos de incêndios em todo o Brasil e inclusive dentro do Paraná. Em função da movimentação de massas de ar em direção ao Sul do continente, essas partículas foram trazidas ao Paraná, diminuindo a qualidade do ar. Ao mesmo tempo, o Instituto Água e Terra (IAT) diz que a qualidade do ar ainda está aceitável.
Através de 11 estações de medição, o IAT faz a medição da qualidade de ar em sete cidades diferentes do Estado. Para aferir a qualidade do ar, são usadas duas medidas: Partículas Inaláveis e Partículas Respiráveis.
Antes da série de incêndios florestais, a média diária de Partículas Inaláveis ficava entre 10,3 e 52,38 μg/m³. Atualmente, em Curitiba, essa medida está em 106,42 μg/m³. No mesmo sentido, as Partículas Respiráveis chegaram em 57,83 μg/m³ sendo que a média histórica era entre 3,31 e 24,67 μg/m³.
Porém, o IAT afirma que a qualidade do ar ainda está segura. Eles usam como parâmetro os padrões do Índice de Qualidade do Ar (IQA) da Resolução Conama nº 491/18. Esse índice foi definido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente.
Seguindo esses parâmetros, Partículas Inaláveis podem chegar até 120 μg/m³ e Partículas Respiráveis podem chegar a 60 μg/m³. Por isso, o IAT ainda não fez nenhum alerta sobre a qualidade do ar.
“O Paraná é um dos estados pioneiros no monitoramento da qualidade do ar, e nós temos um histórico detalhado no Estado, o que permite a identificação clara de situações anormais como a causada pelas queimadas”, explica o agente de execução e membro da equipe de Gerenciamento da Qualidade do Ar do IAT, João Carlos de Oliveira.
Além dos dois índices, as estações do IAT também coletam dados de outros tipos de poluentes, como Partículas Totais em Suspensão (PTS), Dióxido de Enxofre (SO2), Monóxido de Carbono (CO), Ozônio (O3) e Dióxido de nitrogênio (NO2).
Estações de medição
As 11 estações existentes coletam e enviam dados de forma automática ao IAT. Elas são instaladas em locais com alta concentração de poluentes, como indústrias ou áreas com grande fluxo de carros, em Curitiba (2), Cascavel, Araucária (3), Paranaguá, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e São Mateus do Sul.
Ainda este ano, sete novas estações devem ser instaladas em Colombo, União da Vitória, Francisco Beltrão, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Maringá e Londrina.
Em todo o Brasil existem 168 unidades de monitoramento, espalhados em 12 estados, que você pode acessar online ou através do aplicativo da plataforma MonitorAr. Ambos foram criados e coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente.
Saúde
Dados epidemiológicos globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram que a má qualidade do ar e a exposição aos poluentes atmosféricos refletem no aumento dos casos de morbidade e mortalidade, causados por problemas respiratórios e cardiovasculares, principalmente para grupos de risco como crianças, idosos, pessoas com a imunidade vulnerável e portadores de doenças respiratórias preexistentes.
Há ainda os custos de atendimentos, medicamentos e internações, decorrentes da poluição do ar que impactam nos cofres públicos. Além disso, a poluição atmosférica também pode causar prejuízos estruturais resultantes das chuvas ácidas.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a gestão da qualidade do ar tem como objetivo garantir que o desenvolvimento socioeconômico ocorra de forma sustentável e ambientalmente segura. Para tanto, se fazem necessárias ações de prevenção, combate e redução das emissões de poluentes e dos efeitos da degradação do ambiente atmosférico.
Com informações da Agência Estadual de Notícias