A mais recente pesquisa de intenções de voto para a Prefeitura de Curitiba mostrou que o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) abriu vantagem sobre os adversários, sendo até mais lembrado que o próprio prefeito Rafael Greca (PSD) em um cenário espontâneo, aquele que o entrevistado fala em quem votaria sem ver uma lista de nomes.
No levantamento da Paraná Pesquisas/Band, a pouco menos de cinco meses da eleição, Pimentel foi citado por 6,5% dos eleitores, enquanto Greca, mesmo sem poder concorrer por estar em seu segundo mandato, foi escolhido por 5,4% – algo que é comum pelo afastamento do eleitor do processo eleitoral nesta fase do ano.
Em terceiro, está o deputado federal e ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), com 2,1%. Mesmo tendo anunciado a desistência da candidatura, o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Novo) vem em quarto com 1,6%. Depois, aparecem Goura (PDT), Ney Leprevost (União Brasil) e Roberto Requião (Mobiliza). Os demais não somaram 1%.
Pimentel também celebra o fim do que antes era um empate quíntuplo no cenário estimulado, aquele que oferece uma lista de pré-candidatos para que um seja escolhido. O candidato do PSD descolou dos demais candidatos, com 22,1% das intenções de voto, enquanto Luciano Ducci aparece com 13,1% e Ney Leprevost com 12,8%. Neste cenário, aparecem na sequência os ex-governadores Roberto Requião (11%) e Beto Richa (PSDB) (8,1%). Por outro lado, ambos são os com maior rejeição: 56,3% de Richa e 41,3% de Requião.
Exposição é reforçada
Além de um primeiro mandato de 1993 a 1996, Greca governa Curitiba desde 2017 e é difícil encontrar alguém na cidade que não o conheça. Por isso, surpreende ver Eduardo Pimentel ser mais lembrado pelo público do que o atual prefeito. Mas esse feito pode ter explicação na tática de superexposição a qual o vice vem sendo submetido, de inaugurações de obras a grandes eventos, sempre com vídeos e posts nas redes sociais.
Além de apoiado por Greca, Pimentel é o candidato do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD). E, até pouco tempo, chefiava a Secretaria das Cidades na administração estadual, o que traz prestígio e trânsito. Ele deixou a função na recente reforma do secretariado promovida pelo governador. Mas colheu os frutos da exposição que veio com o cargo.
Lista final de candidatos ainda é incerta
Além de ter ao seu lado as máquinas da prefeitura e do governo estadual, Pimentel também conta com o xadrez eleitoral para tornar a eleição ao cargo de prefeito mais fácil. Não é segredo que uma das fortalezas do grupo político de Ratinho Jr. é conseguir compor com adversários antes mesmo da eleição, eliminando assim possíveis disputas acirradas nas urnas.
Embora ainda sem apoio oficial declarado, a saída de Deltan Dallagnol da corrida eleitoral pode ser atribuída a uma composição com Pimentel. Fontes ouvidas por O Luzeiro apontam que os detalhes ainda estariam em discussão. Mas, mesmo sem isso, é fato que a saída do ex-procurador da disputa é benéfica para a campanha do vice-prefeito. E os dados da pesquisa estimulada comprovam isso.
Outro xis da questão para o rumo da eleição curitibana está na candidatura do deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil). A campanha dele segue firme, mas as informações de bastidores apontam que uma composição com Pimentel segue em discussão. Uma eventual saída de Leprevost da disputa, que poderia acontecer com a indicação do vice, pode pavimentar o caminho do candidato de Greca ao Palácio 29 de Março até com relativa facilidade.
Dados obrigatórios das pesquisas
Como estamos em ano de eleições, qualquer levantamento com objetivo de medir intenções de voto tem que ser registrado na Justiça Eleitoral, com os dados obrigatórios a seguir. O levantamento da Paraná Pesquisas foi feito entre os dias 8 e 13 de maio, com 800 entrevistados, e foi contratado pela TV Bandeirantes do Paraná Ltda. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. O grau de confiança é de 95% e o número de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o PR-01291/2024.
*Com a colaboração de Fabiano Klostermann