O clima quente que encerrou o primeiro turno em Curitiba não esfriou em uma semana de campanha para o segundo turno. Foi o que mostrou o primeiro debate entre os candidatos Cristina Graeml (PMB) e Eduardo Pimentel (PSD), realizado na noite desta segunda-feira (14) na Band Paraná.
Disposta a pressionar Pimentel, Graeml partiu para o ataque logo no início com pergunta sobre a denúncia feita pelo portal Metrópoles de que servidores da Prefeitura tinham sido coagidos a doarem dinheiro para a campanha do candidato do PSD — que se defendeu alegando que a ação foi iniciativa isolada e independente e reforçando que o servidor envolvido foi exonerado assim que a denúncia foi revelada.
Ao longo do embate, também disputou com ele o papel de representante da direita, tentou de forma insistente associar o candidato à esquerda, e questionou a capacidade dele de realizar as propostas que está apresentando, já que ele fez parte da gestão anterior por dois mandatos e não conseguiu resolver uma série de problemas da cidade no período.
Pimentel, por sua vez, questionou Graeml sobre os processos enfrentados pelo vice dela, Jairo Aparecido Ferreira Filho, por estelionato e a investigação aberta pela Justiça Eleitoral para apurar uma suposta omissão de empresa por parte da candidata de sua declaração de bens. Também insistiu no discurso de que Graeml não está preparada para administrar a cidade, apontando de forma recorrente sua falta de experiência em gestão e a informação que seu programa de governo teria sido escrito, majoritariamente, por inteligência artificial.
O candidato apostou ainda no discurso de que Graeml não tinha propostas para a cidade — e, neste caso, efetivamente conseguiu apresentar mais ideias do que sua concorrente ao longo dos três blocos, já que ela usou muito de seu tempo respondendo acusações do rival. Em diferentes momentos, falou sobre os ônibus elétricos do transporte público, o Novo Hospital do Bairro Novo e o Centro de Apoio de Diagnóstico por Imagem para ampliar o atendimento de especialidades pelo SUS, propostas para acolher mulheres em situação de vulnerabilidade, novas unidades do FAS SOS, os hospitais veterinários públicos e ações para animais domésticos.
Cristina falou sobre a proposta de criar passagens proporcionais para o transporte público — mas defendendo-se, já que Pimentel criticou a medida afirmando que ela vai onerar mais quem mora nas regiões periféricas da cidade — e de implantar o VLT, sobre o objetivo de zerar as filas das creches com novas unidades e vale-creche, sobre a trilha de resgate para pessoas em situação de rua e o concurso para a Guarda Municipal que pretende fazer.