Principal partido de oposição ao governo Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) no Paraná, o PT quer construir, no Estado, alianças viáveis, com partidos da base do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para enfrentar os candidatos do governador nas eleições municipais deste ano. A estratégia, defendida pelo comando estadual do partido, segue orientação do diretório nacional e do próprio presidente Lula, que recomendou a repetição da aliança que o elegeu nestas eleições municipais, mesmo que, para isso, o PT precise abrir mão da cabeça da chapa, apoiando um candidato a prefeito de outro partido.
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“Vamos priorizar a construção de uma frente no Estado. O PT estadual se reuniu e assim definiu. Nossa federação é composta pelo PT, PV e PC do B, mas estamos no reunindo, também, com o PSB e o PDT, com a Rede e o PSol e, em alguns lugares, até, com a federação PSDB e Cidadania. A prioridade é ter o maior número de aliados do Lula candidatos com condições de vitória em outubro”, disse a O Luzeiro, o presidente estadual do partido, deputado Arilson Chiorato.
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Neste final de semana, no entanto, a direção do partido teve uma mostra de que a tese de alianças ainda sofre bastante resistência interna. O diretório municipal do partido em Curitiba reuniu-se, no último sábado (2) para discutir a política de alianças e saiu do encontro sem uma definição. De acordo com a resolução nacional do partido para este ano, uma proposta de candidatura própria ou de aliança precisa ser aprovada por 2/3 do diretório municipal para ser encampada sem a necessidade de um encontro municipal – uma espécie de prévias, com um colegiado muito maior. O porcentual mínimo não foi alcançado.
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Dos 43 membros do diretório, 24 votaram pela política de alianças, enquanto 19 defenderam a candidatura própria. A decisão, então, ficou para o encontro municipal, previsto para 7 de abril, quando a opinião de todos os filiados será considerada, a partir da eleição de delegados para a deliberação final. Em Curitiba, o comando do PT defende a coligação com o PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, que tem como pré-candidato o deputado federal e ex-prefeito da capital Luciano Ducci.
O presidente estadual do partido reconhece a necessidade de convencimento interno, afirmando que a história do partido é marcada por construção de candidaturas próprias. Mas ele cita que o atual cenário de polarização da política nacional se reflete nas eleições municipais e afirma que esse quadro fez com que o partido priorizasse as alianças.
“Então, no PT, a prioridade são os candidatos com viabilidade eleitoral. Nas cidades onde o nome do PT for o mais viável que outros da aliança, vamos priorizar a candidatura própria do PT. Onde o PT tiver menos viabilidade, vamos apoiar outro candidato deste leque de partido que está conosco no governo federal”, acrescentou, afirmando que o PT tem, hoje, no Paraná, 80 pré-candidatos a prefeito e deve ceder a cabeça da chapa a aliados em mais de 300 municípios.
Segundo Chiorato, a principal aposta do PT é em Guarapuava, onde o deputado estadual Dr. Antenor deverá ser o candidato. “Também temos uma candidatura importante em Maringá, do ex-vereador Humberto Henrique, que voltou para o PT e tem o apoio de quase todos os partidos que já apontei. Em Curitiba, estamos definindo entre a candidatura própria ou o apoio ao PSB ou PDT. Em Londrina, temos pré-candidata, mas ainda muito inicial esse projeto, que é a Isabel (Diniz)”, contou, dizendo que o partido, que hoje tem oito prefeitos, almeja eleger 20 em outubro.
“Mas, mais do que isso, o importante é fortalecer uma frente política que esteja com o presidente Lula. Quem for contra o ratismo, o lavajatismo e o bolsonarismo estará muito bem acompanhado pelo PT”, concluiu.