Quando as luzes de Natal começam a surgir pelas ruas, não estamos diante de um adorno urbano. Estamos diante de uma escolha. Curitiba escolheu fazer do Natal uma política de cidade. E isso muda tudo. Em vez de enxergar o período como simples celebração de fim de ano, transformou-o em ferramenta de desenvolvimento, em motor econômico e em mecanismo de fortalecimento da identidade coletiva.
A cada atração, a cidade pulsa diferente: as ruas ficam mais vivas, as praças ganham movimento, os bairros recebem visitantes, e quem mora aqui volta a olhar para Curitiba com aquele brilho que só o encantamento produz. Mas, é importante reconhecer: nada disso acontece por acaso. É resultado de planejamento, visão de futuro e entendimento de que cultura e lazer têm impacto direto no desenvolvimento urbano.
O turismo sente essa diferença imediatamente. Hotéis registram maior ocupação, restaurantes reforçam equipes, transporte gira mais, guias ampliam roteiros e diversos serviços se beneficiam do fluxo. Mas o ponto mais relevante, muitas vezes esquecido no debate, é que o Natal não movimenta apenas o setor turístico; ele movimenta toda a cidade. Pequenos comerciantes, lojas de bairro, artesãos, vendedores ambulantes, shoppings e centros comerciais percebem o aumento no consumo de forma muito concreta.
O Natal é, portanto, um grande ativador econômico, e reduzir seu impacto apenas ao turismo seria não compreender sua força.
Curitiba domina essa equação. E o Paraná começa a entender que também pode e deve dominar.
O Estado inteiro tem potencial para criar experiências natalinas que vão além da estética. Em cidades pequenas e médias, uma programação bem estruturada é suficiente para gerar fluxo regional, ativar comércio local e criar um senso poderoso de pertencimento. Em cidades maiores, como Maringá, Londrina, Cascavel e Ponta Grossa, o Natal pode se consolidar como palco de cultura, gastronomia, atrações familiares e eventos que valorizam talentos regionais.
Em todos os casos, há um denominador comum: o impacto vai muito além do turismo.
E é aqui que precisamos conectar com ideias já discutidas nesta coluna, Destinos Turísticos Inteligentes (DTI) e Soft Power. Um DTI coloca o cidadão no centro. Isso significa que uma cidade que planeja o Natal como política pública está, de fato, agindo como destino inteligente: amplia o acesso à cultura, reorganiza espaços de convivência, promove segurança, fomenta mobilidade, incentiva circulação e cria experiências que favorecem tanto visitantes quanto moradores.
O Soft Power completa esse movimento. O Natal de Curitiba é, hoje, uma das mais eficientes formas de diplomacia urbana que a cidade possui. Ele projeta uma imagem positiva, desperta desejo, reforça reputação, constrói narrativa e coloca Curitiba no mapa afetivo e turístico de quem visita e de quem acompanha pelas redes. A estética vira influência; a experiência vira argumento; a cidade vira marca.
E isso é estratégia, não enfeite.
Quando ampliamos o raciocínio para o Paraná como um todo, fica evidente o quanto ainda podemos crescer. Temos o estado mais inovador do País, cidades com forte identidade cultural, belezas naturais únicas e comunidades riquíssimas em suas tradições. Investir no Natal é investir na capacidade de transformar tudo isso em experiência, economia e conexão emocional. É o tipo de ação que ativa destinos, revela talentos, fortalece regiões e distribui oportunidades de forma mais equilibrada.
O Poder Público, ao financiar e estruturar programações natalinas, não está apenas apoiando a cultura local. Está tomando uma decisão estratégica sobre como quer que sua cidade seja percebida, vivida e consumida. E essa decisão tem potencial de gerar impacto muito superior ao investimento inicial, especialmente quando articulada com o setor privado e com entidades que entendem profundamente a cadeia turística.
O Natal é, portanto, mais que um evento no calendário. É instrumento de transformação urbana. É desenvolvimento econômico com afeto. É política pública que cria memórias e, ao mesmo tempo, movimenta cifras. É o tipo de ação que transforma visitantes em entusiastas, moradores em defensores e cidades em destinos desejados.
Curitiba já compreendeu isso. O Paraná começa a mirar no mesmo horizonte. O passo seguinte é transformar essa compreensão em política de Estado. Porque as luzes se apagam em janeiro, mas o impacto, quando há propósito e estratégia, ilumina o ano inteiro.
Conteúdo desenvolvido com apoio de ferramentas de inteligência artificial para aprimoramento textual.


