O diretório estadual do Progressistas decidiu não endossar a candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil) ao Governo do Paraná nas eleições de 2026. A questão é crucial para as pretensões do ex-juiz da Lava Jato pois os partidos estão unidos por uma federação nacional. Dessa forma, a aprovação de ambos é necessária para qualquer candidatura majoritária.
Sinais de que o casamento entre Progressistas e União Brasil não daria vida fácil a Moro eram dados há vários meses, desde a oficialização da federação entre as agremiações. O senador ainda conseguiu vencer a resistência interna em seu próprio partido, o União Brasil, assumindo o comando estadual e obrigando o ex-presidente, o deputado federal Felipe Francischini, a anunciar a saída para o Podemos.
Mas, a relação com os parceiros de federação nunca foi das melhores. Em visita ao Paraná nesta segunda-feira (8), o presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira, disse que irá respeitar a decisão do diretório estadual. “O partido não vai homologar o nome do candidato Moro e nós temos que dialogar isso com a Federação”, afirmou.
“Estou aqui para apoiar o nosso principal diretório, trazer a eles a nossa força e nosso apoio para que o partido continue crescendo aqui no Paraná, que é a nossa expectativa. Eu jamais ficarei contra a decisão do diretório do Paraná”, completou.
O Luzeiro procurou o senador Sergio Moro que, até a publicação deste texto, ainda não havia se pronunciado sobre a decisão do Progressistas.
Família Barros destaca falta de entendimento com Moro
A deputada estadual Maria Victoria, presidente do diretório estadual Progressistas, afirmou que a negociação com Sergio Moro não avançou. “Conversei bastante com o senador Sergio Moro, coloquei as posições do partido e tentei da melhor maneira possível através da comunicação e desta parceria que infelizmente não foi possível ser consolidada”, afirmou.
Questionada sobre quem o partido irá apoiar na eleição ao governo do ano que vem, ela disse que o Progressistas trabalha a possibilidade de candidatura própria ou de composição com nomes do grupo do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).
“Nós pretendemos ter candidatura própria, seja com a nossa sempre governadora Cida Borghetti, o querido Rafael Greca, o presidente da Assembleia, Alexandre Curi, ou eventualmente o Guto Silva, candidato do governador. Isso nós vamos decidir na frente de forma conjunta e democrática como sempre fizemos no Progressistas”, disse.
O deputado federal Ricardo Barros, que é tesoureiro nacional do Progressistas, também destacou a falta de entendimento dos quadros do partido com o senador Sergio Moro. “O diretório estadual do Progressistas aprovou por unanimidade esta posição. Havia uma expectativa de que pudéssemos nos entender com o União Brasil aqui no Paraná, mas isso não ocorreu ao longo desses sete meses [desde a federação]”, disse.
“Ele teve a oportunidade de conversar com todos e não conseguiu adesão aqui nas fileiras do Progressistas. A presidente Maria Vitória abriu a oportunidade dele falar com todos, pediu a todos que o recebessem e todos, mas infelizmente o diálogo não prosperou”, completou.
Barros ainda deu um ultimato, dizendo que a decisão sobre a (não) candidatura de Sergio Moro precisa ser definida imediatamente para permitir a organização interna e montagem das chapas de ambos os partidos para a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados.
“Em abril temos que estar com chapas completas, com as lideranças filiadas. Obviamente, se não começarmos logo, não teremos sucesso para manter os sete deputados estaduais e os cinco deputados federais que temos hoje”, afirmou, se referindo apenas aos eleitos pelo Progressistas.


