Nesta terça-feira (2), às 20h, o Negrita Café, no Centro de Curitiba, recebe o lançamento do livro de artista “Beleza Intrínseca”, que traz obras de três artistas que atuam na capital paranaense: Beatriz Lago, Bruna Alcantara e Elenize Dezgeniski. O evento, gratuito, também contará com roda de conversa com as participantes do projeto e uma exposição de obras inéditas das artistas. A publicação será vendida a preço promocional durante o evento.
Idealizado pela curadora Miriam Fontoura e pela designer gráfica Adriana Alegria, o livro busca fazer um diálogo entre mulheres que produzem trabalhos questionadores. “A ideia foi fazer uma conversa entre artistas mulheres que, para além da técnica e qualidade artística, tenham como prática entregar posicionamento e representatividade para o universo político, social e cultural”, diz Miriam, responsável pela curadoria. “Busquei traçar um fio invisível por meio das linguagens intrínsecas e conectadas com a essência do trabalho autoral de cada artista e que, de algum modo, potencializa a transformação do coletivo e democratização da arte”, completa Miriam.
Para a designer Adriana Alegria, que além de idealizadora, também foi responsável pela direção gráfica do projeto, a documentação de mulheres artistas é uma maneira de reconhecer a pluralidade de experiências femininas. “Ao documentar com essa publicação, ampliamos o campo das artes visuais, enriquecendo o repertório estético e reconhecemos a pluralidade de experiências”, diz. “Esse livro narra opressões, libertações, aponta transformações e denuncia as desigualdades, sendo uma fonte de estudos de gênero”, finaliza.
Beatriz, que participa com uma série de obras realizadas com a técnica da serigrafia — que usa a impressão, telas e tintas —, conta que participar do projeto tem sido uma realização importante para sua carreira. “Enquanto artista urbana, que tem no papel seu principal suporte para colorir e dialogar através da efemeridade de ocupar muros, uma publicação impressa abraça a potência do registro e da memória”, diz.
Já para a artista Elenize Dezgeniski, a participação no projeto também trouxe um momento de reflexão. “É uma alegria poder estar ao lado de artistas que admiro e poder refletir sobre as múltiplas ‘mulheridades’ possíveis, somado ao desafio de criar uma obra inédita com total liberdade”, diz. Para “Beleza Intrínseca”, ela criou o trabalho “Como Tirar o Peso de Uma Pedra”, uma escultura que conta com instruções e interação.
A artista Bruna Alcantara apresenta o desdobramento de sua pesquisa sobre maternidade, trazendo ao debate, o papel santificado que atribuem às mães. “Criei uma obra que traz como centro, a figura da mulher e seu filho, dentro de um oratório, objeto que faz parte do meu imaginário e da minha memória afetiva de uma mulher criada no interior do estado”, afirma a artista. “Questionar o papel sagrado das mães é também questionar o papel do cuidado atribuído à elas”, diz.
Numa roda de conversa, artistas, idealizadoras e curadora devem debater os processos de feitura do livro, as técnicas utilizadas e o conceito das pesquisas e obras. Um encontro para apresentar o projeto — que também ofereceu oficinas de monotipia para meninas de 6 a 13 anos da Associação Irmão Sol & Irmã Lua, ministradas pelas artistas visuais Tuany Hase e Andy Nicolini —, trocar percepções e abrir diálogos sobre criação e caminhos artísticos.
Esse projeto tem o apoio da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e da Cartrom Embalagens, com incentivo do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná (PROFICE), da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC).
*Com informações da assessoria de imprensa


