No próximo domingo (09), a partir das 10h, o Museu Paranaense (MUPA) inaugura a exposição “Teoria da Flutuação”, do artista mineiro Marcus Deusdedit. A mostra é a segunda selecionada pelo V Edital de Ocupação do Espaço Vitrine e poderá ser visitada até 22 de fevereiro de 2026. A entrada é gratuita e aberta a todos os públicos.
A instalação multimídia reúne imagens digitais de diferentes fontes, como fragmentos de filmes, memes das redes sociais e trechos de jogos, acompanhadas de uma narração construída a partir de diálogos com plataformas de inteligência artificial.
A partir dessa combinação audiovisual, Deusdedit propõe um deslocamento poético do conceito de gravidade: de uma força física constante para uma variável relacional do espaço-tempo, passível de distorção. Em cena, corpos negros desafiam essa gravidade múltipla e afirmam, pela flutuação, uma forma de resistência e reinvenção.
No texto crítico da mostra, Thaís Regina observa que o artista “articula um vasto repertório de imagens que desafiam o que consideramos possível, neutro e universal”. Com essa abordagem, o trabalho de Deusdedit dialoga diretamente com o tema da quinta edição do edital, “Boca de Arquivo”, ao propor novas leituras sobre conceitos como arquivo e gravidade, convidando o público a imaginar outras formas de existência e subversão.
Artista
Formado pela Escola de Arquitetura da UFMG, Deusdedit atua como artista visual produzindo na interseção entre arte, arquitetura e design. Em sua pesquisa de mestrado, explora possíveis deslocamentos estéticos dos códigos desses campos, suas distorções e tensionamentos a partir do atravessamento por questões socioeconômicas e raciais.
Foi selecionado como artista residente na 8ª edição do Bolsa Pampulha e na FAAP, premiado pelo 4º Prêmio Décio Noviello de Artes Visuais. Participou de importantes exposições institucionais, como o 38º Panorama das Artes Brasileiras e a 14ª Bienal do Mercosul. Desenvolve trabalhos em diversas linguagens que vão desde fotografias a objetos tridimensionais e instalações multimídias, sempre conectados pelo gesto de edição e remix.


