A Universidade Federal do Paraná inaugurou no início de outubro a Moradia Estudantil Indígena, no bairro São Francisco, em Curitiba. O projeto surgiu a partir de uma demanda dos estudantes indígenas, que também contribuíram para a criação do espaço, e foi instalado em um imóvel cedido pelo Governo do Estado em dezembro de 2024.
O espaço, reformado pela instituição, pode acomodar até 30 estudantes indígenas, contribuindo para que eles permaneçam na universidade, já que uma das principais demandas daqueles que vêm de outras cidades para estudar nos campus de Curitiba é moradia. A seleção dos moradores deve acontecer ainda em 2025, a partir da elaboração do regimento da casa e do edital de seleção, em diálogo entre a UFPR e os acadêmicos indígenas.
“As universidades, elas nunca foram pensadas para povos indígenas e tantos outros segmentos da sociedade. E a moradia vem no sentido de uma reparação histórica. De reconhecer que é um público que está dentro da universidade e que tem especificidades”, afirma André Martinez, pró-reitor de Pertencimento e Políticas de Permanência Estudantil da UFPR (P4E).
Além do oferecimento da moradia, estão previstas outras ações de apoio à permanência estudantil, como bolsas de estudo e acesso ao restaurante universitário. Martinez também adianta que será apresentada à Universidade uma resolução chamada “Territórios”, voltada a estudantes indígenas e quilombolas, com políticas e ações específicas para esse público.


