O Morro do Escalvado, que fica dentro do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange, na região de Matinhos, poderá voltar a ser uma atração ecoturística do Litoral do Paraná. A possibilidade foi aberta a partir de um acordo de regularização fundiária firmado, na semana passada, entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade de Matinhos (ICMBio de Matinhos) e o Incra Paraná, com intermediação do deputado estadual Goura (PDT) representando a Assembleia Legislativa do Estado.
O acordo diz respeito à toda a área do parque e prevê a arrecadação de aproximadamente 5 mil hectares de áreas devolutas dentro da unidade de conservação, que abrange os municípios de Matinhos, Guaratuba, Morretes e Paranaguá — porém, a parte que trata do Morro do Escalvado terá prioridade no processo de regularização.
A partir dela, a administração do parque poderá instalar sede, centro de recepção, mirantes, requalificar trilhas e até avaliar a construção de um novo teleférico, por meio de licitação para a concessão desses serviços. Essas intervenções são essenciais para ampliar o acesso da população ao parque e qualificar o uso público da unidade de conservação, o que pode ter impacto no desenvolvimento de toda a região litorânea.
Morro do Escalvado e Parque Saint’Hilaire
O acesso ao Morro do Escalvado — também conhecido como Morro da Cruz, Morro das Margaridas ou Morro do Teleférico — ocorre por uma área urbanizada próxima à Prefeitura Municipal de Matinhos, entre as rodovias PR-412 e PR-508. O local abrigou um teleférico desativado em meados da década de 1990.
A trilha, de cerca de 800 metros, está totalmente inserida no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange. Seu traçado não foi preparado para caminhadas, o que aumenta o risco de escorregões e quedas, tornando a subida de 30 a 40 minutos até o topo do morro, a 224 metros de altitude, um desafio de nível médio. Parte da estrutura do antigo teleférico ainda permanece no trajeto e no cume, mas recomenda-se não subir na estrutura metálica para evitar acidentes.
O Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange foi a primeira Unidade de Conservação do país criada por lei, em 23 de maio de 2001, pela Lei nº 10.227. Está localizado no litoral do Paraná, a 100 km de Curitiba e a 40 km do porto de Paranaguá. O nome homenageia o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que percorreu parte do Brasil na década de 1820, e o biólogo e ambientalista paranaense Roberto Ribas Lange, morto em 1993.