O Athletico de 30 anos atrás tinha bem menos perspectivas do que o atual. Não aspirava nenhuma conquista fora das divisas estaduais, não tinha patrimônio de luxo como estádio de primeira linha e CT de elite. O clube mudou em todos os sentidos, mas parece querer voltar pro mesmo lugar em que estava.
As dádivas da estrutura de primeiro mundo não seguram a incompetência de uma gestão futebolística ruim. De um ano pra cá, a diretoria rubro-negra faz do erro sua rotina nas decisões e escolhas. Os cinco técnicos de 2024 foram um ponto fundamental para o rebaixamento no ano do centenário.
Em 2025, o desejo do presidente Mário Celso Petraglia de culpar os líderes do elenco do ano passado pela queda também é fundamental para o insucesso. No atual cenário do futebol, remontar um elenco quase inteiro é missão das mais complicadas. Ainda mais sem lideranças identificadas com o clube.
Thiago Heleno, um dos maiores zagueiros da história rubro-negra, ficou seis meses recebendo salário sem ser utilizado por ordem da direção. Seria muito melhor, apesar das falhas da temporada anterior, tê-lo em campo até o fim do contrato do que alguns dos contratados para o setor defensivo na Série B.
Faltando 17 rodadas pro fim do campeonato, só um milagre fará com que o Athletico ainda chegue ao acesso. No momento, o olhar está bem mais pra baixo do que pra cima. A proximidade da zona de rebaixamento pra Série C é um contraste chocante para um clube que há menos de três anos disputava a final da Libertadores.
Um castigo duro para a torcida, mas merecido para Petraglia e os que estão sempre com ele, sem contrariar ou questionar, apenas exaltando feitos que não podem servir de crédito eterno. Afinal, no momento, o Athletico está bem mais próximo de voltar aquele patamar de três décadas atrás.
Cianorte, o sobrevivente
Dos três representantes paranaenses na Série D nacional, Cascavel e Azuriz já ficaram pelo caminho. O Cianorte está entre os 16 melhores da competição e vai encarar o Mixto (MT) nas oitavas de final. É preciso chegar entre os quatro melhores para conseguir o acesso.
Na classificação incontestável contra o Joinville (SC) na fase anterior, com goleada por 4 a 0, todo mérito para o técnico Rafael Ferro. Primeiro clube que ele dirige como treinador principal e já com resultados expressivos.
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Robson De Lazzari é jornalista esportivo há mais de 25 anos. Formado pela Universidade Tuiuti do Paraná. Antes mesmo de terminar a graduação já transmitia jogos de futsal e futebol no rádio. Com cursos especializados como da Indústria do Futebol, atuou em cinco emissoras radiofônicas diferentes de Curitiba como repórter.
Também tem experiência em jornal impresso e em portal de notícias pela Gazeta do Povo. Na televisão foi repórter da RPC (afiliada da Rede Globo), SporTV e Rede Massa (afiliada do SBT). Atualmente é comentarista na Rádio Transamérica, na TV Paraná Turismo, na Rede CNT e na FPF TV.