Encerrada a janela partidária e o prazo de filiação para os interessados em participar das eleições municipais de outubro, a disputa pela Prefeitura de Cianorte, no Noroeste do Paraná, deverá ficar polarizada entre o atual prefeito, Marco Franzato (PSD) e o empresário Rodrigo Guimarães (PL), que hoje comanda a maior avícola da região, Avenorte, que emprega mais de 3,5 mil pessoas de todos os municípios do entorno.
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Apesar de filho do ex-prefeito e ex-deputado Edno Guimarães e sobrinho de outro ex-deputado, Jonas Guimarães, Rodrigo vinha afastado da política desde 2004, quando encerrou seu único mandato como vereador, até decidir filiar-se ao PL, no início do mês, para ficar apto a disputar a prefeitura. Assim, na “Capital do Vestuário”, a aliança PSD/PL, costurada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não deverá se confirmar.
“Fui vereador muito novo, e não gostei, não quis me candidatar à reeleição, fui cuidar da minha vida, da nossa empresa. Saltamos de 68 para 3.600 funcionários. Agora posso sair, temos uma equipe competente que está lá desde o início e pode assumir. E, agora, estou experiente, sei o que a cidade precisa, é hora de colocar meu nome à disposição de Cianorte”, disse Rodrigo Guimarães.
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A disputa em Cianorte, então, deverá ficar concentrada entre dois dos maiores empresários da região, pois o prefeito Marcos Franzato é um dos principais nomes da indústria do vestuário, sócio do Grupo Morena Rosa, tendo disputado sua primeira eleição em 2020, quando conquistou o atual mandato.
Apesar de preservar o título de “Capital do Vestuário”, Cianorte vem perdendo o protagonismo que já deteve na indústria têxtil do Paraná e do país e a avicultura já se tornou a principal atividade econômica do município, que já é o quarto maior produtor de frango do país.
Agora, a eleição municipal pode ter um simbólico embate entre a indústria têxtil e a do frango. Guimarães ressalta, no entanto, que as indústrias não são rivais. “Sei da importância do vestuário para a economia e para a história de Cianorte. Sei que a perda de protagonismo na moda é muito mais uma questão de mercado que de governo, mas criaremos um conselho de desenvolvimento econômico. para debater como o Poder Público pode contribuir com o setor”, disse Guimarães.