O Paraná confirmou casos de greening em pomares de cítricos nos municípios de Doutor Ulysses e Cerro Azul, no Vale do Ribeira, e emitiu nota técnica em que orienta sobre as medidas para enfrentamento da doença, uma das mais graves para esse tipo de cultura e que pode causar prejuízos significativos à produção, e reforça a obrigatoriedade do cumprimento da legislação fitossanitária vigente. O Estado também anunciou medidas emergenciais para contenção da doença.
Desde dezembro de 2023, o Paraná está em estado de emergência fitossanitária para o greening.
De acordo com o documento, como não há tratamento para a doença, é necessário fazer inspeções regulares nos pomares para identificar e eliminar as plantas doentes rapidamente, além de fazer o controle do inseto vetor, o psilídeo asiático dos citros Diaphorina citri, e tomar ações de manejo preventivo como o uso de quebra-ventos, o plantio de mudas sadias e o adensamento de
plantio.
Além disso, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná pede para que produtores notifiquem imediatamente a Adapar caso observem alguma planta com sintomas suspeitos.
Entre as ações emergenciais para evitar a disseminação da doença, o Estado vai realizar, na próxima segunda-feira (23), uma reunião entre representantes da agricultura estadual e os municípios de Doutor Ulysses e Cerro Azul. O encontro será na sede da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), em Curitiba.
Para 30 de junho, está previsto o início de uma nova edição da Operação Big Citros, coordenada pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), desta vez no Vale do Ribeira. A iniciativa, realizada em anos anteriores no Norte e Noroeste do Estado, com resultados significativos, tem como objetivo conter o avanço da doença e manter da sanidade dos pomares.
Na próxima semana, equipes do IDR-Paraná também vão intensificar a busca pelo inseto vetor da doença — psilídeo asiático dos citros Diaphorina citri — na região afetada. Para isso, serão instaladas armadilhas para monitoramento e captura do inseto. Até o momento não foi constatada a presença do vetor na região.
A área ocupada pela citricultura — laranja, tangerina e lima ácida — no Paraná é de aproximadamente 29.350 ha, com produção de 860,8 mil toneladas de frutos. Dois polos se destacam na produção de frutas cítricas no Estado: o Norte e o Noroeste com produção de laranjas, e o Vale do Ribeira, região Metropolitana de Curitiba, com produção de tangerinas. Cerro Azul, por exemplo, é o principal produtor de tangerina no Brasil, responsável por aproximadamente 10% da produção nacional.
A doença, causada pela bactéria Candidatus Liberibacter e transmitida pelo inseto psilídeo asiático dos citros Diaphorina citri, afeta o sistema vascular das plantas cítricas e da murta (Murraya paniculata), Fortunella spp. e Poncirus spp. Assim, além de deixar as folhas amareladas, provoca a queda prematura dos frutos e redução da produção, podendo levar à morte precoce das plantas. Os frutos afetados geralmente são menores, deformados, com sementes abortadas, menor teor de açúcares e acidez elevada, o que compromete o sabor e reduz o valor comercial, tanto para o consumo in natura quanto para o processamento industrial.