Mais de 100 paranaenses já perderam a vida pela dengue na epidemia do atual período epidemiológico, de julho de 2023 para cá. O último boletim publicado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) trouxe a confirmação de mais 26 vítimas fatais pela doença – o que levou o total para 103, sendo 45 homens e 58 mulheres. O Paraná está em estado de emergência pela doença, que contabiliza 184.819 casos confirmados no Estado.
As mortes confirmadas no último boletim semanal ocorreram em 14 municípios – Chopinzinho, Dois Vizinhos, São Jorge D’Oeste, Cascavel, Espigão do Alto Iguaçu, Araruna, Mandaguari, Sarandi, Cambé, Londrina, Cornélio Procópio, Ibaiti, Terra Roxa e Ivaiporã. Dezoito das vítimas tinham comorbidades, ou seja, condições de risco como diabetes, obesidade, doenças de coração, entre outras. Eram 12 homens e 14 mulheres.
No última semana, o número de novos casos confirmados foi de 25.462. Os municípios que apresentam mais confirmações de infecção pela dengue são Apucarana (15.141), Londrina (13.263), Cascavel (11.358), Maringá (8.608) e Quedas do Iguaçu (5.670). O número de cidades sem casos confirmados caiu de dez, na semana passada, para apenas sete. Agora, 392 dos 399 municípios do Paraná já tiveram habitantes com confirmação de contaminação pela doença.
O boletim da Sesa traz ainda informações das arboviroses chikungunya e zika, também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Houve o registro de quatro novos casos de chikungunya, somando 101 confirmações da doença no Estado. Do total de casos, 65 são autóctones (quando a doença é contraída no município de residência). Há, ainda, 407 casos em investigação e 1.046 notificações. Desde o início deste período não houve confirmação de casos de zika vírus. Foram registradas 95 notificações.
Vacinação é estendida e falta de procura pode levar a remanejamento de doses
No final de março, o Ministério da Saúde anunciou que, a pedido do Paraná, fará a distribuição de doses da vacina contra a dengue para mais uma regional paranaense, a de Apucarana, no total de 17 novos municípios. No primeiro lote da campanha, já tinham sido contempladas outras duas regionais: Foz do Iguaçu e Londrina, num total de 30 municípios.
A lentidão na vacinação com o imunizante Qdenga, da farmacêutica Tanaka, também preocupa as autoridades. A aplicação estava em apenas 56% do público-alvo, que neste início é de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.
Com isso, o Ministério da Saúde também prometeu a elaboração uma Nota Técnica para formalizar a recomendação de remanejamento de vacinas a outros municípios. O primeiro lote que veio ao Paraná, por exemplo, só vale até o dia 30 de junho.
Importância de buscar tratamento o mais rápido possível
Conhecer os sintomas da dengue e procurar atendimento o mais rápido possível pode salvar vidas. A orientação é procurar um serviço médico assim que for identificado alguns dos quadros a seguir:
- Febre alta (acima de 38°C);
- dor no corpo e articulações;
- dor atrás dos olhos, mal-estar;
- falta de apetite;
- dor de cabeça;
- manchas vermelhas no corpo.
Eliminar os focos do mosquito é a forma mais eficiente de combater a dengue
Além da vacinação, que ainda é limitada aos públicos de 10 a 14 anos, a forma mais eficiente de combater a dengue é evitar os criadouros do mosquito que transmite a doença. Confira ações que você pode tomar para evitar a proliferação do Aedes aegypti:
- Tampe caixas d’água, ralos e pias;
- Higienize bebedouros de animais de estimação;
- Descarte pneus velhos junto ao serviço de limpeza urbana. Caso precise guardá-los, mantenha-os em local coberto, protegidos de contato com a água;
- Retire a água acumulada da bandeja externa da geladeira e de bebedouros. Lave-os com água e sabão;
- Limpe calhas e a laje de casa e coloque areia nos cacos de vidro de muros que possam acumular água;
- Coloque areia nos vasos de plantas;
- Amarre bem os sacos de lixo e não os descarte em terrenos abandonados ou na rua;
- Faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana para encontrar possíveis focos de larvas;
- Sempre que possível, faça uso de repelentes e instale telas, especialmente nas regiões com maior registro de casos;
- Receba os agentes Comunitários de Saúde e de Controle de Endemias que trabalham em sua cidade.
Com informações da Agência Estadual de Notícia