A biofábrica vai produzir mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia (por isso são apelidados de Wolbitos) que impede os mosquitos de alojarem vírus como os das doenças dengue, chikungunya e Zika. Com as obras em 35% de conclusão, a biofábrica deve entrar em operação em 2025.
A nova unidade é a maior do mundo e está localizada na área do Parque Tecnológico da Saúde (Tecpar) na Cidade Industrial de Curitiba, sob a responsabilidade do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), vinculado à Fiocruz, e World Mosquito Program (WMP).
Ela atenderá à demanda vinda do Ministério da Saúde e da Fiocruz, com uma expectativa de produção de cerca de 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, priorizando municípios com alto risco de dengue.
Desde que a tecnologia foi implantada em Foz do Iguaçu e Londrina, já foram soltos cerca de 13 milhões de Wolbitos. “A estratégia é uma das alternativas que encontramos para o enfrentamento a dengue. Em Niterói, onde iniciou o projeto, os resultados foram muito positivos. Esperamos abranger outros municípios do país com essa tecnologia, que é sustentável e efetiva”, ressaltou Livia Vinhal, coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde.
Também foram selecionadas para aplicação do método as cidades de Joinville (SC), Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN).
Método
Desenvolvido na Austrália, o método é usado no Brasil porque, desde 2014, o país é um dos 14 que compõem o Programa Mundial de Mosquitos – WMP (World Mosquito Program). A iniciativa internacional é conduzida pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.
Para Luciano Moreira, líder do Método Wolbachia no Brasil, esses dez anos desenvolvendo o projeto trouxeram resultados significativos de redução do mosquito transmissor. “ Quando iniciamos , respaldados na ciência, tivemos resultados de quase 60% na redução de casos. O método não faz mal à população e o envolvimento de todos é essencial para o sucesso do projeto”.
A Wolbachia é uma bactéria presente em aproximadamente 60% dos insetos no mundo. Em laboratório, os pesquisadores do WMP conseguiram introduzir esta bactéria dentro dos ovos de Aedes aegypti. Foi comprovado que, quando a bactéria está presente no mosquito, estes vírus não se desenvolvem bem, reduzindo a sua transmissão.
Com informações da Agência Estadual de Notícias.