Desde o fim da Série B há três semanas, nada agitou mais os fãs do futebol paranaense do que a divulgação da pesquisa do tamanho das torcidas em Curitiba e nas principais cidades do Paraná.
Apesar dos resultados não trazerem nenhuma grande surpresa em relação a outros levantamentos, há vários elementos para análise e também entendimento do momento dos times.
A pesquisa foi encomendada pelo UmDois Esportes, realizada pelo instituto Paraná Pesquisas e repercutida aqui em O Luzeiro. Na capital, o Athletico se destaca como o clube com mais torcedores (24,2%), seguido pelo Coritiba (19%), pelo Corinthians (7,1%) e pelo Paraná (4,9%) fechando o G4 da preferência em Curitiba.
Não há como dissociar esse resultado do sucesso esportivo do Furacão no Século XXI. Nos últimos 25 anos, o Athletico foi campeão brasileiro, da Copa do Brasil e bi da Sul-Americana, além de ter disputado nove Libertadores e ter chegado duas vezes na final do maior torneio do continente.
Enfim, o Rubro-Negro se transformou em um clube de relevância nacional e aumentou consideravelmente o tamanho da sua massa especialmente entre os mais jovens e nas classes de renda mais baixa.
O extrato do levantamento por divisão de regiões e idade mostra o Coritiba liderando apenas entre os que tem mais de 60 anos. Um claro recado de envelhecimento do público e da necessidade de novas taças de peso para formar novos coxas-brancas.
Criar motivos para manter a preferência dos mais jovens também desafio para o Paraná Clube. A consolidação como quarta preferência da cidade retrata que a resistência dos apaixonados tricolores vai se tornando cada vez mais rara. Sem divisão nacional desde 2022, os paranistas têm a difícil missão de convencer filhos, netos e sobrinhos a cultivarem a mesma paixão.
A tradição de passar a preferência futebolística de pai pra filho é o principal motivo que vejo para a enorme vantagem do Corinthians no interior do Estado. O Paraná é a terra de todas as gentes, e a colonização paulista em todo Norte/Noroeste do território sempre criou a predileção pelos times do Estado vizinho.
É claro que a falta de relevância nacional dos times do nosso Estado, por muitas décadas, também influencia. Choca ver forças do interior longe da liderança nas suas próprias cidades, mas não causa tanta surpresa assim.
A novidade dos últimos anos é o aumento da preferência paulista (especialmente corintiana), para as regiões Oeste e Centro-Sul paranaense. Uma tendência que só será revertida com campanhas e taças de peso para os nossos times.


