Um abaixo assinado com mais de 7 mil assinaturas foi protocolado no final da semana passada pela vereadora Laís Leão (PDT) junto ao Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Curitiba. A intenção é pedir a preservação integral (tombamento) da área conhecida como Bosque da Copel, que fica no bairro Bigorrilho.
Notícias publicadas pelo portal Plural, desde outubro deste ano, tratam de uma possível construção de 21 edíficios em parte da área, que embora seja conhecida como Bosque da Copel, não é mais de propriedade da empresa de energia, que a vendeu para um comprador não identificado (a pedido do mesmo).
Segundo apurou o Plural, a área é dividida entre quatro indicações fiscais (subdivisões feitas pelo município para cobrança de impostos e taxas). Somente a menor delas ainda é pública, de propriedade da Prefeitura de Curitiba. Nela, está localizado o Chapéu Pensador, que ficou famoso por ser escolhido por alguns governadores como local para despachos.
A intenção do pedido do abaixo assinado é “congelar” a área, de forma a evitar que sejam iniciados os trabalhos de incorporação de prédios. Nas denúncias recebidas pela vereadora, Araucárias estariam passando por um processo de “secagem” para posterior morte e derrubada. A ocorrência deste tipo de crime já está sob investigação do Ministério Público (MP-PR), segundo também apurou o portal Plural.
Por força de lei, o pedido já impede que sejam feitos intervenções na área do bosque, que tem cerca de 97 mil metros quadrados e é um dos últimos grandes fragmentos verdes do Bigorrilho, abrigando nascentes, áreas de recarga hídrica e remanescentes de floresta com Araucárias.
“Sua preservação é indispensável para o funcionamento natural dos fluxos de infiltração e escoamento, essenciais para mitigação de enchentes, redução de ilhas de calor e manutenção dos serviços ecossistêmicos”, diz trecho do pedido de tombamento.
Deputados tentam resolver o mistério de quem é o dono do bosque
As denúncias sobre a incorporação imobiliária no Bosque da Copel também despertaram a atenção da Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa. O colegiado enviou ofícios tanto à Copel quanto à Prefeitura de Curitiba para descobrir quem são os proprietários da área.
Arilson Chiorato (PT), presidente da comissão, lembrou ainda que, em 2018, foi firmado um protocolo de intenções para a futura criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM).
“Esse ato foi realizado no local pelo então prefeito Rafael Greca e pela governadora Cida Borghetti, porém, até o momento, não foi efetivado. Por que essa iniciativa está parada?”, questionou ele.
Os ofícios foram enviados em 16 de outubro. O Luzeiro entrou em contato com o deputado para saber se já houve resposta, mas não teve retorno até a publicação deste texto.


