A Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Sanepar fizeram uma parceria para fazer um um mapeamento inédito das águas subterrâneas utilizadas para o abastecimento público no Paraná. A iniciativa foi batizada de Segurança Hídrica com Águas Subterrâneas (SegHidro), sendo considerada uma das maiores campanhas de amostragem de águas subterrâneas já feitas no Brasil.
As águas subterrâneas representam 18% do total do abastecimento no Estado, atendendo 630 localidades. O monitoramento detalhado será voltado à qualidade e à quantidade das águas subterrâneas utilizadas para abastecimento público, condições fundamentais para o gerenciamento sustentável deste recurso, especialmente com os desafios climáticos.
Com a colaboração entre a Sanepar, o Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas (LPH-UFPR) e a Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar), o projeto SegHidro fornecerá dados essenciais sobre as características químicas, vulnerabilidade e a disponibilidade hídrica. Serão coletadas amostras em 1.221 poços tubulares em operação para abastecimento público, além de cerca de 60 nascentes, com o objetivo principal de preservar a segurança da água.
A parceria com a UFPR envolve o desenvolvimento de metodologia, a implementação de infraestruturas e a criação de serviços tecnológicos, estabelecendo uma rede de monitoramento das águas subterrâneas.
Parte do programa Água Segura
A gerente de Recursos Hídricos da Sanepar, Ester Amélia Assis Mendes, explica que o SegHidro faz parte do Programa Água Segura, que tem como objetivo a gestão sustentável de recursos hídricos. “O Programa Água Segura busca o estabelecimento de parcerias, convênios e investimentos visando a segurança da água, que tem por essência a garantia de disponibilidade de água em quantidade e qualidade suficientes para o abastecimento público”, explica.
Ela considera que o monitoramento das águas subterrâneas vem para completar o ciclo do abastecimento, que é feito pela Sanepar com água de rios e águas subterrâneas. “O conhecimento das águas subterrâneas é importante para fazer toda a gestão do abastecimento público no Paraná”, reforça.
O SegHidro
Um dos coordenadores do projeto, o professor da UFPR Gustavo Athayde, explica que a campanha de monitoramento vai durar cerca de nove meses, com amostragem em todos os poços e unidades aquíferas do Estado. Ele destaca que o trabalho faz parte da primeira meta do programa SegHidro.
“Serão feitas análises da composição das águas nos poços, para que possamos conhecer as características de cada um deles. Essa informação será muito importante, pois será usada para compor a rede de monitoramento hidroquímico do projeto”, afirma.
O conhecimento gerado será a base para a implementação de protocolos operacionais e, futuramente, para a integração dos dados com outras redes de monitoramento hídrico da Sanepar, como o InfoHidro, uma plataforma que monitora em tempo real as condições hidrometeorológicas nas bacias hidrográficas do Paraná. Essa integração é considerada fundamental para uma visão mais completa sobre a dinâmica das águas superficiais, subterrâneas e pluviais no Estado.
A pesquisa é coordenada pelos professores doutores Gustavo Athayde e Camila Müller, do Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas (LPH), com gestão na Sanepar pela gerente de Recursos Hídricos, a geóloga Ester Amélia Assis Mendes, e a geógrafa Neiva Cristina Ribeiro.
Força-tarefa
Um treinamento realizado na Estação de Tratamento Karst, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, preparou os empregados da Sanepar envolvidos no projeto para a logística de coleta e entrega das amostras nos laboratórios, observando o tempo exigido no procedimento.
Ao longo dos nove meses de trabalho da primeira fase, as coletas da água em todos os poços e minas em operação envolverá o esforço de profissionais das áreas de recursos hídricos, hidrogeologia, gestão ambiental e aproximadamente 100 empregados das 20 gerências regionais da Sanepar no Estado, com apoio dos quatro laboratórios da empresa, em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel.
No Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas da UFPR estarão geólogos, químicos e técnicos-químicos trabalhando no projeto. Os resultados do monitoramento também contribuirão para pesquisas acadêmicas, promovendo um avanço relevante no conhecimento científico sobre as águas subterrâneas do Paraná.
Com informações da Agência Estadual de Notícias


