O Consórcio Infraestrutura PR, do Grupo EPR, apresentou o maior desconto entre os participantes e faturou o leilão do Lote 4 das concessões rodoviárias no Paraná, realizado nesta terça-feira (23) na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. O grupo, que já administra os lotes 2 e 6, ofereceu redução de 21,30% sobre a tarifa básica de pedágio, fixada em R$ 0,1678 por quilômetro rodado.
Como o desconto ultrapassou os 18%, o edital também prevê que a concessionária faça um aporte de R$ 358,215 milhões, que poderá ser utilizado no futuro para novos investimentos.
O Lote 4 abrange 627,52 quilômetros de rodovias que cruzam as regiões Norte, Noroeste e Oeste do Paraná, conectando Cornélio Procópio a Guaíra e Maringá a Nova Londrina, com impacto direto em 33 municípios da região, que é considerada estratégica para o escoamento de produtos da agricultura, pecuária e industriais. A previsão é de que sejam investidos R$ 18 bilhões em obras de ampliação, melhorias, manutenção e conservação ao longo dos 30 anos de contrato.
O leilão faz parte do programa de concessões do Governo do Paraná, em parceria com o Governo Federal, por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Este foi o penúltimo leilão do pacote de seis lotes que somam 3,3 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais.
O último leilão, do Lote 5, está marcado para a próxima quinta-feira (30), também na B3. O edital contempla 430,7 quilômetros de rodovias nas regiões Oeste e Noroeste, com previsão de R$ 11,7 bilhões em investimentos e 238 quilômetros de duplicações.
Assim como nos demais lotes do programa, os usuários também contarão com descontos de 5% para pagamentos automáticos via tag e com o Desconto de Usuário Frequente (DUF), que reduz progressivamente o valor do pedágio conforme o uso contínuo do mesmo trecho. Os motociclistas estarão isentos da cobrança.
Presente ao leilão desta quinta, o ministro dos Transportes, Renan Filho, lembrou que, no antigo programa de concessões do Paraná, o Estado recebeu cerca de R$ 7 bilhões em investimentos, enquanto agora, com os seis novos lotes, o valor chegará a R$ 96 bilhões.
Lote é um dos com mais obras do novo programa de concessões
As obras previstas para o Lote 4 representam um dos maiores conjuntos de intervenções do programa de concessões paranaenses. Estão previstos 239,6 quilômetros de duplicações, com destaque para a PR-323, entre Maringá e Guaíra, que terá quase 160 quilômetros duplicados. Entre Doutor Camargo e Umuarama, o projeto contempla a duplicação de 114,62 quilômetros, incluindo a construção de uma nova ponte sobre o Rio Ivaí, faixas adicionais, vias marginais e ciclovias.
Também haverá obras na BR-376, com 65 quilômetros de duplicação entre Maringá e Nova Londrina, abrangendo cidades como Paranavaí, Loanda e Guairaçá. Essas intervenções têm como objetivo aumentar a capacidade de tráfego, reduzir o número de acidentes e ampliar a segurança viária em uma das regiões mais produtivas do Estado.
O lote também prevê a construção de novos contornos rodoviários para desafogar o trânsito urbano e melhorar a mobilidade regional. Em Londrina, será implantado o Contorno Norte, com 30,1 quilômetros de extensão, interligando as rodovias BR-369 e PR-445 e beneficiando diretamente o tráfego de carga e o deslocamento metropolitano entre Cambé, Londrina e Ibiporã.
Em Maringá, o Contorno Sul terá 19,27 quilômetros e receberá três viadutos do tipo diamante, que permitem acesso direto às pistas laterais, e um viaduto tipo trombeta no entroncamento com a PR-897. Também estão previstos contornos em Nova Londrina e Itaúna do Sul, que facilitarão o deslocamento de veículos pesados e reduzirão o tráfego nas áreas urbanas.
De acordo com o projeto, o Lote 4 ainda contemplará 157 quilômetros de faixas adicionais, 44 quilômetros de vias marginais e 49 quilômetros de acostamentos. As obras incluirão 101 interseções em desnível, um viaduto, uma ponte, 33 retornos e 56 passarelas, além de 59 quilômetros de novos contornos e 50,5 quilômetros de ciclovias. Ao todo, o trecho reunirá mais de uma centena de obras de arte especiais, como pontes e viadutos, voltadas à melhoria da fluidez e da segurança no tráfego.
Em Cianorte, o contrato de concessão prevê um conjunto de obras que vai melhorar a mobilidade e a infraestrutura da região, principalmente com a duplicação da BR-323. além de intersecção viárias nos quilômetros 208 e 232, uma nova passagem elevada ao lado do viaduto no km 215 e cinco interseções em formato de diamante distribuídas entre os kms 212 e 227.
A expectativa é de que as obras gerem mais de 157 mil empregos diretos e indiretos.
Próximos passos
De acordo com o edital da concessão, a empresa vencedora fará mudanças nos trechos a partir do primeiro ano de contrato, quando serão eliminados problemas que representem riscos aos usuários, a recomposição da sinalização vertical e horizontal, além da oferta de serviços de assistência, que incluem atendimentos a incidentes e apoio operacional, com ambulâncias e guinchos.
Também cabe à concessionária, serviços de recuperação das rodovias e a operação de sistema de pesagem em movimento, câmeras em pontos críticos e detecção automática de incidentes com o objetivo de monitorar e fazer uma gestão eficaz do tráfego.
Os seis lotes do pacote
As seis concessões do programa rodoviário do Paraná têm prazo de 30 anos a partir da assinatura dos contratos, com investimentos que ultrapassam R$ 60 bilhões, sendo considerado o maior programa rodoviário da América Latina. Ao todo, são 3,3 mil quilômetros de estradas, sendo 1,1 mil quilômetros de rodovias estaduais e 2,2 mil de rodovias federais.
Os dois primeiros lotes estão em operação desde janeiro de 2024. O Lote 1 é operado pelo Grupo Pátria, com investimento previsto de R$ 7,9 bilhões, e o Lote 2, pelo Grupo EPR, com R$ 10,8 bilhões em obras. Já os Lotes 3 e 6 tiveram seus contratos iniciados em abril deste ano, sendo o Lote 3 gerido pelo Grupo Motiva (antiga CCR S.A.) e o Lote 6, também pelo Grupo EPR.
Com informações da Agência Estadual de Notícias


