Esse artigo para O Luzeiro apresenta algumas das minhas reflexões e inquietações acerca da carreira profissional e até mesmo, empresarial dos meus alunos e ex-alunos. São reflexões coletadas e amadurecidas ao longo de quase 20 anos de atividade docente, com alunos executivos.
Na minha jornada como professor em várias e renomadas escolas de negócios, observando o alto nível dos meus alunos de pós-graduação — muitos deles gestores experientes e empresários à frente de operações complexas —, uma preocupação se torna constante: o que realmente separa um profissional competente de um líder que cria valor duradouro? A resposta, invariavelmente, reside nos pilares que sustentam a forma como pensam, comunicam e executam. Para avançar nessas reflexões, partilho um pouco do ambiente acadêmico, a experiência prática e cito alguns brasileiros.
A primeira lição é que a Postura Profissional é a verdadeira moeda de troca no ecossistema corporativo. Não é a habilidade pura que falta, mas a atitude — a resiliência inabalável, a crença no projeto e a proatividade — que transforma potencial em resultado. Para aprofundar a compreensão desse aspecto e do poder da motivação e da liderança inspiradora no contexto brasileiro, sugiro o livro de Mário Sérgio Cortella, que aborda a ética, a urgência e a busca por significado (Qual é a tua obra?), e as reflexões de Clóvis de Barros Filho sobre a felicidade e a busca pela excelência na vida profissional.
Em seguida, a narrativa do trabalho precisa mudar radicalmente. O profissional, o líder, o empresário não estão mais apenas vendendo um produto ou serviços; estão comunicando Valor. E esse valor só é percebido quando é traduzido em benefícios concretos e na mitigação de prejuízos potenciais. O líder deve dominar a arte de alinhar todas as partes interessadas a uma mesma visão. Para refinar a estratégia e o valor no contexto de mercado local, Ricardo Amorim oferece insights sobre economia e tendências de consumo, ajudando a enquadrar a proposta de valor, e a experiência de comunicadores como Max Gehringer, que aborda de forma prática a gestão de pessoas e a comunicação no ambiente corporativo.
Mas, o líder eficaz começa liderando a si mesmo. A gestão do pensamento é uma prática íntima. É o momento em que distinguimos o que é puro raciocínio intelectual do que é uma reação automática ou um viés. Essa busca por autoconhecimento permite a mudança e a adaptação estratégica. Recomendo aqui a vasta produção de Augusto Cury (especialmente sobre a gestão da emoção e o desenvolvimento da inteligência), útil para o autocontrole e a formação de líderes mais equilibrados, e as reflexões de Leandro Karnal sobre a ética, a contemporaneidade e o papel do indivíduo na sociedade complexa.
Na trincheira da execução, a meu ver, a regra de ouro é a meritocracia das ações. A pergunta essencial é: as tarefas da equipe são ações meritórias? Precisamos usar a análise para garantir que o foco esteja no que gera maior resultado e para otimizar a gestão e a execução no cenário brasileiro, o trabalho de Vicente Falconi (especialmente sua metodologia de Gerenciamento da Rotina e o foco no resultado, central para a meritocracia da execução) é uma referência fundamental. Além disso, os conceitos de Elias de Matos sobre planejamento e gestão por resultados são valiosos para estruturar o esforço meritório.
E por fim, e não menos importante, a consistência do sucesso não é mágica, mas uma metodologia rigorosa. O líder deve ter o resultado como bússola, buscando incessantemente a eficiência. A gestão da qualidade, via métricas, indicadores e dashboards, é inteligência de negócio. o já citado Vicente Falconi é a principal referência nacional em gestão da qualidade e excelência gerencial, com sua ênfase no método e nos dados para garantir o entendimento do Processo e a previsibilidade do Resultado.
Complementarmente, autores que abordam a organização e a cultura de alto desempenho, como a experiência de Jorge Paulo Lemann e seus sócios (imortalizada em biografias), reforçam o valor da meritocracia e da gestão focada em metas e eficiência.
Acredito que o sucesso sustentável não é uma meta a ser alcançada, mas um processo contínuo de autodomínio e execução impecável. A postura é o ponto de ignição, a comunicação de valor é o combustível, e a gestão do pensamento é o painel de controle que impede o desvio de rota. Tudo isso é selado pela metodologia rigorosa, inspirada em mestres brasileiros como Vicente Falconi, que nos ensinam que excelência é a ausência de acaso, e que todo resultado previsível é a consequência de um processo dominado.
Acredito que o verdadeiro legado do gestor de alta performance não é o tamanho do seu balanço, mas a capacidade de transformar a incerteza do mercado em oportunidade metódica. Em estratégia sustentável. Na minha ótica e experiencias, esse é o segredo do sucesso e por isso, nos próximos artigos avançaremos nessas reflexões aqui em O Luzeiro. Fique atento!
Rudi Birgman é mestre em tecnologias emergentes para a educação, administrador de empresastem MBA em gestão de negócios. Já trabalhou em grandes empresas como Embratel, Grupo Veolia, Grupo Accor e HIT Communications. Dá aulas de MBA na Universidade Positivo e na pós-graduação da UNISOCIESC. É consultor, desenvolve projetos de capacitação e ministra treinamentos. Também é coautor de livros na área de RH e Gestão Estratégica. www.linkedin.com/in/rudibirgman