Senhoras e senhores preparem o coração, as unhas para serem roídas e as retinas para testemunharem um clássico que vai ficar marcado na história centenária do Athletiba. Domingo, 19 de Outubro, 18h30 no Couto Pereira. Data e horário de um jogo que ao menos na expectativa vai parar a capital paranaense.
Nunca se sabe o que vai acontecer em campo, mas ao menos antes do apito inicial espera-se uma disputa eletrizante. Líder da Série B, o Coritiba tem a chance de praticamente enterrar as chances do Athletico na luta pelo acesso. Além de ao mesmo ficar bem mais perto da subida.
Mas esse é só um dos ingredientes do clássico. No cardápio farto oferecido aos fãs, há também a reação athleticana no segundo turno. Por mais que tenha perdido força nas últimas rodadas, o Furacão está muito vivo para as últimas seis rodadas da Segundona.
Liderados pelo colombiano Viveros, os rubro-negros ostentam marca de melhor ataque do campeonato, são os vice-líderes do returno e também os segundo melhor visitante da competição.
Por outro lado, o Coxa chega com a confiança em alta apesar de vir de derrota na última rodada. Na ponta da tabela, mesmo que perca, o Alviverde não sai do G4 independentemente do resultado da partida. O time do técnico Mozart tem a melhor defesa da competição e vai ter uma força gigante vinda da arquibancada. A expectativa é de casa lotada com mais de 38 mil pessoas, maior público no Alto da Glória desde 2019.
Na trajetória do clássico, vejo dois na história das competições nacionais com importância conparável ao de agora. Em 1995, os dois rivais subiram juntos pra elite. Era outro tipo de regulamento na B e, na penúltima rodada do quadrangular final, o Furacão já tinha subido, mas levou de 3 a 0 do Coxa que garantiu o acesso naquela noite.
Em 2011, na última rodada da Série do Brasileirão, uma vitória bastava para o Coritiba se classificar à Libertadores. O Athletico desesperado na luta contra o rebaixamento, precisava vencer e torcer por outros resultados. O Athletico venceu, não escapou da degola, mas tirou a rival da competição internacional.
A maior rivalidade do futebol do Estado e uma das maiores do Brasil está aflorada ao extremo. Se no século 21 o Athletico tem uma indiscutível superioridade sobre o rival, é real a possibilidade de no ano que vem o Coritiba ser o único representante paranaense na Série A.
O resultado do Athletiba pode não ter importância apenas pro cenário do atual campeonato. Os efeitos colaterais tem potencial para serem sentidos bem além da temporada de 2025. É um jogo com atrativos pra ficar marcado pra sempre.
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Robson De Lazzari é jornalista esportivo há mais de 25 anos. Formado pela Universidade Tuiuti do Paraná. Antes mesmo de terminar a graduação já transmitia jogos de futsal e futebol no rádio. Com cursos especializados como da Indústria do Futebol, atuou em cinco emissoras radiofônicas diferentes de Curitiba como repórter.
Também tem experiência em jornal impresso e em portal de notícias pela Gazeta do Povo. Na televisão foi repórter da RPC (afiliada da Rede Globo), SporTV e Rede Massa (afiliada do SBT). Atualmente é comentarista na Rádio Transamérica, na TV Paraná Turismo, na Rede CNT e na FPF TV.