O Paraná novamente se destacou em uma premiação nacional de queijos. Desta vez, com a conquista de um primeiro e dois segundos lugares no Prêmio CNA Brasil Artesanal, realizado na noite desta terça-feira (22), em Brasília. O prêmio, conferido pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, é voltado para produtores com produção anual de até 72 toneladas de queijos produzidos exclusivamente com leite de vaca.
O queijo Maná Paraná, de Santana do Itararé, no Norte Pioneiro, foi primeiro lugar na categoria Tradicional. O queijo colonial da Serra dos Macacos, de Novas Laranjeiras, no Sudoeste, foi o segundo na categoria Tratamento Térmico, enquanto a Queijaria Cornélia, de Arapoti, nos Campos Gerais, teve a mesma colocação na categoria Adição/Condimento
Nosso ouro: Maná Paraná
O prêmio para o melhor queijo Tradicional (maturado) ficou com o Queijo Maná Paraná, produzido na Fazenda Aliança, em Santana do Itararé, no Norte Pioneiro. A propriedade e a produção têm apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), do Serviço Nacioal de Aprendizagem Rural (Senar-PR), do Sebrae/PR e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Além disso, os produtos possuem o selo Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), que possibilita a venda para todo o Paraná.
“Não viemos de família queijeira, mas o queijo transformou a nossa vida”, destacou Marisa Martins ao receber a premiação. Ela era farmacêutica e seu marido, Leomar Martins, especialista em agronegócios. O casal se dedicava também à criação de gado leiteiro da raça Jersey em uma propriedade de 8,7 hectares, onde hoje estão 19 animais que rendem 450 litros de leite.
Os queijos eram feitos na cozinha para consumo familiar. Em 2017, resolveram atender a Feira do Produtor Familiar. O sucesso foi imediato e hoje saem 300 kg de queijo por mês da agroindústria familiar. “Temos trabalhado com muito carinho, com muita dedicação representando o Estado do Paraná e uma região, o Norte Pioneiro, que não é tradicional na produção de queijo artesanal”, disse Leomar.
Há 12 dias, os proprietários voltaram de Blumenau (SC), onde participaram do Prêmio Queijo Brasil 2025 com duas medalhas de ouro, uma delas para o mesmo queijo agora premiado no CNA Brasil Artesanal, e uma de bronze. Em 2021, trouxeram de Tours, na França, a medalha de prata do Mondial du fromage et des produits laitiers de tours, com o Maná Concafé – queijo com café do Norte Pioneiro. No ano passado veio uma medalha de bronze, conquistada com o Maná Sassafrás, que remete a uma árvore da Mata Atlântica.
“A gente fica muito feliz com os prêmios, e esse de agora tem uma relevância maior porque é um queijo novo que estamos fazendo, com leite de altíssima qualidade da raça Jersey. Fizemos com soro e fermento da nossa queijaria e é um queijo de maturação mais longa, que a gente não fazia ainda”, explicou Leomar. “Ficamos muito felizes porque agradou o paladar”.
Segundo ele, a sanidade dos animais é uma das ações mais importantes para ter um alimento de qualidade. “Não abrimos mão disso, e eu diria que é um ponto crucial, 99% é qualidade de leite e o restante é nosso trabalho de desenvolver e estudar”, reforçou. Os proprietários trabalham agora para a certificação de livre de brucelose e tuberculose animal.
Dois prêmios Prata
Na categoria queijo Tratamento Térmico, Ozama Padilha recebeu a medalha de prata pelo Colonial da Queijos Serra dos Macacos, de Nova Laranjeiras, no Centro-Sul do Estado. “São eventos como esse que valorizam o pequeno produtor, valorizam o produto artesanal e nos ajudam a vender mais e melhor”, disse a proprietária.
Segundo ela, as premiações tornam os produtos mais conhecidos. “Isso gera mais renda, mais oportunidades para nossa família e ajuda na missão de perpetuar a atividade, de segurar nossos filhos lá, porque tendo oportunidades eles vão perceber que permanecer no campo é bom e fazer queijo é uma boa opção”, disse Padilha.
A Queijaria Cornélia foi premiada com o segundo lugar em queijos Adição/Condimentos. A proprietária Gezina Verburg contou que sua sogra, Cornélia, lhe ensinou a produzir queijos, o que levou a colocar seu nome na queijaria. A tradição é seguida por sua filha, Elizabeth Cornélia. “Esse é um queijo tipo Gouda feito com leite cru e uma delicada combinação de ervas italianas, o resultado é um produto refinado e saboroso”, afirmou.
Durante o evento da CNA, a proprietária comemorou o recebimento na semana passada do Selo Arte. É um certificado nacional que identifica produtos alimentícios de origem animal elaborados de forma artesanal, com características tradicionais, regionais ou culturais.
Com informações da Agência Estadual de Notícias