O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), não comentou em suas redes sociais a ação da Polícia Federal (PF) contra Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (18). O ex-presidente foi alvo de mandados de busca e apreensão em sua residência, bem como está obrigado a usar tornozeleira eletrônica e proibido de usar as redes sociais.
O paranaense usou seu Instagram nesta sexta para falar de realizações do governo estadual, como aumento da estrutura para educação especial, os produtos do Paraná com Indicação Geográfica e que o Estado está próximo de conseguir 100% de cobertura de saneamento básico. No X (antigo Twitter), a linha foi semelhante, com posts de serviço ou de realizações.
A postura de Ratinho Junior foi diferente da de alguns dos seus competidores por uma pré-candidatura à Presidência em 2026. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez um longo texto de solidariedade a Bolsonaro, de quem foi ministro.
Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), postou uma mensagem de solidariedade inicialmente, complementada com um posterior vídeo.
Minha solidariedade à família Bolsonaro. O Brasil precisa de liberdade, não de perseguição. pic.twitter.com/r7l8pSH3IA
— Romeu Zema (@RomeuZema) July 18, 2025
Além de Ratinho Junior, outros nomes da direita também ignoraram a ação policial contra o ex-presidente. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), não se pronunciou sobre o caso em suas redes sociais. Bem como o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD).
Distanciamento?
A atitude de Ratinho Junior, Caiado e Leite pode simbolizar uma tentativa de distanciamento do ex-presidente, que está fortemente afetado por uma crise gerada pela imposição de tarifas de 50% às exportações brasileiras pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
A medida, que teve justificativa política por uma suposta perseguição a Bolsonaro, não foi bem recebida nos setores produtivos brasileiros e acabou afetando até as pesquisas de opinião sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No entanto, o governador do Paraná tem se mantido em silêncio também sobre as tarifas dos Estados Unidos. E recebeu recentemente, em abril, o ex-presidente para um almoço no Palácio Iguaçu, com grande público.