Os vereadores de Curitiba aprovaram, na segunda-feira (30), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, com uma estimativa recorde de receitas de R$ 15,6 bilhões, valor 7,5% maior do que o orçamento atual. A aprovação, por unanimidade, ocorreu na última sessão do semestre da Câmara Municipal, que entra em recesso até 31 de julho. A proposta agora segue para sanção do prefeito.
A LDO não é o orçamento municipal propriamente dito — esse será estabelecido pela Lei Orçamentária Anual (LOA), que deve ser apresentada pelo Executivo e discutida pelo Legislativo municipal no segundo semestre —, mas estabelece as diretrizes para os gastos da prefeitura no próximo ano.
Do montante total aprovado, R$ 13,8 bilhões serão utilizados para pagar os serviços públicos ofertados à população — o restante será destinado a cobrir despesas intraorçamentárias. A área da saúde é a que deve receber a maior fatia: 21,63%. Ela é seguida por previdência (21,04%), educação (19,14%), urbanismo (9,64%) e administração (6,71%).
Também estão previstos R$ 1,070 bilhão em investimentos, mantendo o recorde de 2025. As despesas com pessoal custarão R$ 7,1 bilhões em 2026, o pagamento de dívidas demandará R$ 372 milhões (amortização, juros e encargos) e R$ 337,3 milhões são previstos para a reserva de contingência, isto é, a “poupança” para situações extraordinárias e as emendas parlamentares.
Essas estimativas de despesa tomam como base a previsão, feita com dados oficiais, de que, em 2026, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 1,6%, a inflação aferida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) ficará em 5,47% e a taxa de juros básica da economia (Selic) terminará o ano em 13,71%, com o dólar comercial valendo R$ 5,75.
Além disso, a Prefeitura de Curitiba prevê um acréscimo de 7.640 pessoas à população da cidade durante o próximo ano, totalizando 1,845 milhão de pessoas em 2026.
Neste cenário, a Prefeitura de Curitiba projeta que a cidade continuará sendo a maior captadora de recursos, com 56% dos R$ 15,6 bilhões provenientes de arrecadação própria (R$ 7,74 bi), seguido pelos repasses da União (R$ 2,26 bi) e do Estado (R$ 1,9 bi). As receitas de capital, como operações de crédito e rendimentos, estão estimadas em R$ 699 milhões. Somando as compensações e renúncias de receitas em ISS, IPTU, Taxa de Lixo e ITBI, o Executivo estima que R$ 601 milhões em impostos municipais deixarão de ser arrecadados em razão de programas sociais, políticas econômicas ou exigências legais.
*Com informações da Diretoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Curitiba