O tradicional Café de Mandaguari, no Noroeste do Estado, acaba de conquistar a Indicação Geográfica (IG), tornando-se o 20º produto paranaense a receber o selo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O reconhecimento foi oficializado nesta terça-feira (1º).
A conquista, que valoriza ainda mais a agricultura familiar do Paraná, é fruto de uma atuação coletiva que contou com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), do Sebrae/PR, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da Associação dos Produtores de Café de Mandaguari.
A área geográfica delimitada pela Indicação Geográfica engloba os municípios de Apucarana, Arapongas, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari e Marialva, reforçando a força produtiva da região e a qualidade diferenciada dos grãos cultivados no território.
Tradição e identidade local
Em Mandaguari, o café é mais do que uma bebida e faz parte da identidade local. Reconhecida oficialmente como a Capital do Café desde 2012, a cidade se destaca nacionalmente pela produção de cafés especiais, que unem qualidade, cuidado e origem.
Com 36,7 mil habitantes, o município também investe no turismo rural, com destaque para a Rota do Café, que permite aos visitantes acompanhar de perto todas as etapas da produção.
Para o produtor rural Fernando Rosseto, presidente da Associação dos Produtores de Café de Mandaguari, o selo é o resultado de anos de dedicação.
“Para a gente, é o reconhecimento de um trabalho diário que agora está sendo recompensado. Os produtores estavam ansiosos por essa conquista, e ela finalmente chegou. A partir de agora, com a Indicação Geográfica, queremos abrir novos mercados e trazer novamente o olhar do Brasil para o café do Paraná”, afirma.
“O Estado já foi o maior produtor do País, e a nossa essência continua no café. Esse selo vai ajudar a valorizar o produto, manter os jovens no campo e mostrar que vale a pena investir numa produção de qualidade”, completa.
Rosseto também destaca o diferencial do grão cultivado na região. Segundo ele, pesquisas da área de genética da Universidade Federal do Paraná (UFPR) revelaram que o café de Mandaguari possui características únicas.
“Existe um microrganismo natural nos nossos grãos que não consome os açúcares do café, ao contrário do que ocorre em outras regiões. Isso garante um sabor mais doce, com notas sensoriais de chocolate, caramelo e frutas vermelhas. É esse perfil que torna nosso café tão especial”, explica.
A cafeicultura no Paraná é formada por cerca de 8 mil produtores rurais, sendo que 85% deles são da agricultura familiar. A produção estadual em 2024 deve atingir 713 mil sacas, com a colheita já alcançando 36% em junho.
As Indicações Geográficas do Paraná
Com o novo registro, o Paraná alcança a marca de 20 produtos com Indicação Geográfica reconhecida pelo Inpi, permanecendo como o segundo Estado brasileiro com mais selos emitidos, atrás apenas de Minas Gerais.
Estão entre os produtos paranaenses com o reconhecimento a aguardente de cana e cachaça de Morretes; a goiaba de Carlópolis; as uvas de Marialva; o barreado do Litoral; a bala de banana de Antonina; o melado de Capanema; o queijo da Colônia Witmarsum; o café do Norte Pioneiro; o mel da região Oeste; o mel de Ortigueira; a erva-mate de São Mateus do Sul; o morango do Norte Pioneiro; a camomila de Mandirituba; os vinhos de Bituruna; a broa de centeio de Curitiba e Região; a Cracóvia de Prudentópolis; o urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul; a carne de onça de Curitiba; o queijo colonial do Sudoeste; e agora o café de Mandaguari.
Com informações da Agência Estadual de Notícias