A recém-lançada federação nacional entre os partidos Solidariedade e PRD será comandada no Paraná pelo ex-deputado federal cassado Fernando Francischini. A composição da comissão executiva será feita de forma paritária entre os dois partidos.
O PRD já é um partido criado da união de duas outras legendas: PTB com Patriotas. E o Solidariedade incorporou em 2023 o Pros. Depois de um cenário de expansão desenfreada, o número de partidos no Brasil está sendo reduzido pela cláusula de barreira (ou desempenho), que limita o acesso de agremiações aos fundos partidário e eleitoral, entre outros direitos.
Para vencer a cláusula, em 2022, o partido político precisava obter, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 9 Estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um. Ou, eleger pelo menos 11 deputados federais, distribuídos em pelo menos 9 Estados.
Francischini foi eleito deputado estadual em 2018, pelo então PSL, outro partido também já extinto após fusão com o DEM. Com a maior votação do Paraná (427.749 votos), ajudou a eleger outros sete deputados. Foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob a acusação de fazer uma transmissão ao vivo no dia da eleição com informações falsas sobre as urnas eleitorais.
Com a cassação, veio uma pena de oito anos de inelegibilidade (a partir da data da eleição), que vencem justamente no ano que vem. E a promessa dele é uma volta em 2026, ajudando a federação a eleger mais nomes. Atualmente, Solidariedade-PRD não contam com deputados federais pelo Paraná. Em nível estadual, são três parlamentares na Assembleia Legislativa, todos do Solidariedade: Alisson Wandscheer, Marli Paulino e Samuel Dantas.
Uma possível volta de Fernando reafirmaria a força da família Francischini na política paranaense. Seu filho, Felipe, é deputado federal e presidente do União Brasil no Estado. A mulher, Flávia, é deputada estadual também pelo União Brasil e 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa.
Novo direcionamento no Solidariedade
Segundo informações da assessoria do ex-deputado, a semana atual será de definições sobre a organização da federação, inclusive com possibilidade de saídas. Em entrevista à Jovem Pan na semana passada, Francischini falou do novo posicionamento do Solidariedade no Paraná.
“O Solidariedade passa a ser um partido de direita no Paraná. Quem não está feliz com isso, mude de partido. Eu não estou nem preocupado com chororô. É um partido que vai estar alinhado à direita”, disse, citando dará apoio para que Jair Bolsonaro tenha a inelegibilidade revertida e possa ser candidato à Presidência em 2026.