Um recorte da produção da artista curitibana Teca Sandrini, desde a década de 1960 até a atualidade, está reunido na mostra “Eterno Feminino”, que será aberta nesta quinta-feira (3), às 19h, no Museu Oscar Niemeyer (MON). São 126 pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, com curadoria de Maria José Justino, que poderão ser vistos na Sala 7.
A mostra reúne obras de três grandes fases distintas da trajetória da artista: “Polacas”, “Fragmentos” e “Manchas”. A primeira aborda signos do cotidiano doméstico ao apresentar mulheres donas de casa em afazeres de rotina. “Mais tarde, num flerte com o surrealismo e a abstração, a mulher se esconde e dá lugar às gavetas e cadeiras – lugar dos segredos, dos guardados e da espera, eis a fase ‘Fragmentos’”, explica a curadora
As limitações e dificuldades de visão da artista inauguram a fase mais recente de sua obra, a das “Manchas”, em que brinca com as formas. “A matéria concreta e o geométrico se mesclam às emoções da vida, travestidos em manchas, espontaneidade e expressividade”, diz Maria José. “Cores fortes cedem lugar às grandes manchas e, nas luzes que se apagam, brota o branco como luz. Surge uma nova pintura, não narrativa”.
Com uma trajetória artística de mais de seis décadas, Teca Sandrini afirma que a arte a tornou cidadã do mundo. “Da vida e da arte trago amores, cores e perfumes”, conta. “Eu sinto a arte como a natureza, onde o visível e o invisível se confundem e narram a realidade e a memória”, diz.
