A Xbri Pneus, em parceria com a multinacional chinesa Linglong Tire, oficializou nesta semana que fará um investimento de R$ 6,7 bilhões para a construção de uma fábrica em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. O valor é superior ao anunciado quando a Câmara de Vereadores do município aprovou o acordo da prefeitura com a empresa, em abril. Na ocasião, a previsão era que o investimento fosse de R$ 4 bilhões.
Outro número que subiu foi o da previsão de empregos diretos que serão gerados com a conclusão da primeira fase da fábrica: de 600 para 1.300. A expectativa é que, em pleno funcionamento, a Xbri de Ponta Grossa empregue 3.500 funcionários. A construção começa em setembro deste ano e a produção deve iniciar no primeiro semestre de 2027.
A planta será instalada em um terreno de 1,4 milhão de metros quadrados, projetado pensando já na expansão para abrigar a cadeia de fornecedores da indústria. Com isso, o complexo industrial na cidade deve receber mais R$ 4 bilhões em aportes na infraestrutura, já prevendo a construção de barracões industriais, centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e de treinamento e até hotéis e outras estruturas para atender executivos e funcionários.
A instalação de empresas satélites para a produção das matéria-prima para a indústria e também de outros equipamentos do setor automotivo deve agregar ainda US$ 4 bilhões (R$ 22,5 bilhões) em receitas.
A previsão inicial era que a produção fosse de 14 milhões de pneus por ano. Não foi divulgada uma estimativa atualizada com a alta do investimento feito pelas empresas.
A fábrica paranaense é o primeiro projeto da Linglong na América do Sul. A empresa é a maior fabricante de pneus da China e líder mundial na produção de pneus para veículos elétricos.
Contrapartida do município
Pelo acordo homologado pelos vereadores, para atrair o investimento, a Prefeitura de Ponta Grossa se comprometeu em conceder isenções fiscais de R$ 272,991 milhões, ao longo de 27 anos. A maior delas – R$ 249,258 milhões – refere-se à isenção de IPTU sobre a área comprada pelas empresas, por todo o período.
Outras isenções incluem:
- reembolso do ITBI pago sobre a compra da área, que seria de R$ 2 milhões (2% do custo de aquisição do terreno, que é de R$ 100 milhões);
- taxas municipais de alvará, vigilância sanitária e construção no valor de R$ 132.250 no período de 2025 a 2035;
- ISS sobre o valor estimado da obra, que seria de R$ 21,6 milhões (3% sobre o valor de R$ 720 milhões) também no período de 2025 a 2035.
O município também se compromete a adotar as medidas cabíveis para assegurar um acesso com no mínimo 400 metros de largura à fábrica e ao condomínio industrial, num prazo de dois meses após a assinatura do protocolo. Além disso, a administração municipal se compromete a intervir junto à órgãos de trânsito para implementação de pistas de aceleração e desaceleração na rodovia que fica às margens do futuro empreendimento.
Com informações da Agência Estadual de Notícias