A Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) completa 40 anos nesta quarta-feira (28), celebrando uma história que se entrelaça com a formação cultural de milhões de pessoas. As quatro décadas de história estão sendo celebradas com uma série de apresentações especiais ao longo do ano.
E as comemorações serão coroadas com três apresentações da “Sinfonia nº 2” de Gustav Mahler, conhecida como Sinfonia da Ressurreição, apresentada sob regência do maestro Roberto Tibiriçá, regente titular e diretor musical da orquestra.
A sinfonia será executada nesta quarta (28), quinta (29), às 20h30, e no domingo (1º), às 10h30, no Teatro Guaíra, no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto (Guairão). Os concertos dos dias 28 e 29 de maio têm classificação etária de 12 anos e lugares marcados, e a apresentação matutina do dia 1º de junho tem classificação de 7 anos e lugares livres. Os ingressos estão esgotados.
A obra de Mahler será executada em uma formação monumental que traduz a grandiosidade e a intensidade da obra. Serão 116 instrumentistas no palco – 73 músicos da orquestra e 43 convidados especialmente para esta ocasião – acompanhados por um coro com 80 vozes, sob regência de Alexandre Mousquer.
As solistas convidadas são Gabriella Pace (soprano) e Ana Lucia Benedetti (mezzo-soprano), que emprestam suas vozes aos momentos mais comoventes da peça.
“É uma sinfonia monumental, com 200 pessoas no palco. Uma obra raramente apresentada justamente pela complexidade e pelo número expressivo de músicos exigidos”, afirma o maestro Roberto Tibiriçá. “Quem não assistir agora, provavelmente terá que esperar muitos anos por uma nova oportunidade de vivenciar essa experiência no Paraná. Agradeço à administração do Centro Cultural Teatro Guaíra por tornar isso possível e ao Instituto de Apoio à Orquestra Sinfônica do Paraná, sem eles não conseguiríamos fazer esse evento grandioso”.
A sinfonia
Primeira obra de Mahler a incorporar vozes, a Ressurreição aborda com profundidade simbólica os grandes temas da existência: vida, morte e transcendência. Composta entre 1888 e 1894, ela culmina em um final coral arrebatador que proclama “Ressuscitarás!”, unindo música e poesia em uma poderosa afirmação de esperança e eternidade. Sua estrutura grandiosa reflete a busca espiritual do compositor por sentido diante da finitude humana, fazendo desta obra uma das experiências mais impactantes e emocionantes da história da música.
A evolução da Orquestra
Em 40 anos de trajetória, a Orquestra Sinfônica do Paraná reuniu mais de 50 maestros convidados e 200 solistas do Brasil e do Exterior, com um repertório de cerca de 900 obras de 250 compositores. Com mais mil apresentações realizadas, 11 músicos que estavam na apresentação de estreia continuam na orquestra até hoje.
Ao longo deste período, diversos maestros deixaram suas marcas na trajetória da instituição. Alceo Bocchino e Osvaldo Colarusso comandaram a orquestra entre 1985 e 1998, período fundamental para a consolidação e expansão do corpo artístico.
Em seguida, passaram pela regência nomes como Roberto Duarte, entre 1998 e 1999, e Jamil Maluf, de 2000 a 2002, que foi responsável por levar ao palco da orquestra trilhas de cinema e músicas populares, que caíram no gosto do público. Depois, assumiu Alessandro Sangiorgi, entre 2002 e 2010, que trabalhou para ampliar o repertório e realizou uma série de estreias internacionais.
Em 2011, a orquestra passou a ser comandada por Osvaldo Ferreira, que ficou até 2014, e levou a sinfônica a igrejas, cidades do Interior e criou sessões exclusivas para crianças. Depois, entre 2016 e 2020, Stefan Geiger assumiu a regência, ampliando os ensaios do grupo.
Desde 2022, a orquestra é liderada pelo maestro Roberto Tibiriçá, que já vinha atuando pela orquestra por 18 anos como regente convidado. “Neste período, o maestro tem conduzido um trabalho muito importante com trocas de experiências com artistas do mais alto nível, com convidados muito relevantes, entre grandes solistas e maestros renomados”, afirma o diretor-artístico do Centro Cultural Teatro Guaíra, Áldice Lopes.
Busca por ampliar o público
Nos últimos anos, a Orquestra Sinfônica do Paraná tem atraído um público cada vez mais abrangente e plural, fruto dos esforços para levá-la a diferentes espaços e cidades, e mantê-la acessível. Os ingressos das apresentações no Teatro Guaíra, por exemplo, custam entre R$ 10 e R$ 20.
Somente em 2024, os concertos que aconteceram em Curitiba ou na Região Metropolitana, com o projeto Guaíra para Todos, e no Interior do Estado reuniram um público total de 45 mil pessoas. Considerando os espetáculos junto aos demais corpos do Centro Cultural Teatro Guaíra, foram mais de 90 mil pessoas.
Com informações da Agência Estadual de Notícias