Uma rede de proteção coordenada pelo Instituto Água e Terra (IAT) salvou 1.483 animais silvestres nos primeiros quatro meses de 2025 – o número equivale a 40% de todos os 3.735 atendimentos de 2024.
A estrutura da rede de apoio é composta por um Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), em parceria com a Unicentro, em Guarapuava; três CAFS (Centros de Apoio à Fauna Silvestre), frutos de convênios com instituições de ensino como o Centro Universitário Filadélfia (Unifil), de Londrina, Centro Universitário de Cascavel (Univel), e a Unicesumar, de Maringá; do CAFS em parceria com Parque das Aves, de Foz do Iguaçu; além do acordo com o instituto ambiental Klimionte, de Ponta Grossa, responsável pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).
A regional de Londrina foi responsável por 580 procedimentos, seguida de Guarapuava, com 430; Ponta Grossa, 166; Cascavel, 152; Maringá, 140; e Foz do Iguaçu, 15.
“Essa comunidade em prol dos animais silvestres tem um impacto muito grande, em diferentes frentes. Além de salvar vidas, os alunos, por exemplo, podem participar de um serviço público de excelência dentro do campus da universidade, aprendendo técnicas adequadas para o manejo desses animais, a ética dentro do tratamento e, principalmente, se especializar, sair altamente capacitados”, afirma o coordenador do Cetras-Unicentro, Rodrigo Martins de Souza.
Outro destaque, diz o coordenador, é a frente de educação ambiental que se cria junto com a comunidade local. Segundo Souza, o Cetras também realiza ações com escolas, grupos escoteiros e organizações da sociedade civil, além de manter canais diretos de comunicação com a população, como redes sociais e atendimento via WhatsApp, pelo número (42) 99961-2844.
Operação salvou mais de 200 animais em abril
Em abril, uma operação coordenada pelo IAT, em parceria com o Batalhão de Polícia Ambiental (BPMAmb) e a Polícia Civil, resgatou mais de 200 animais silvestres mantidos em cativeiros, vítimas do tráfico, em situação de maus tratos.
Parte da força-tarefa se deu em Imbituva, nos Campos Gerais e, do total, apenas três animais não sobreviveram ao resgate. Os sobreviventes, 219 aves, 22 mamíferos e três répteis, foram reabilitados pelo Cetras da Unicentro.
Como funcionam os CAFS
Segundo a resolução conjunta da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do IAT, o Centro de Apoio à Fauna Silvestre é um local preparado para receber, identificar, marcar, triar, avaliar, e estabelecer tratamento veterinário para animais acolhidos por órgão ambiental em ações de fiscalização, resgates ou entrega voluntária por particulares.
A permanência dos animais depende do tempo necessário para sua recuperação. O destino pode ser a soltura no habitat natural ou, quando é um risco devolvê-los para a natureza, são encaminhados a criadouros habilitados pelo IAT, ou mantenedores individuais, igualmente habilitados pelo órgão ambiental.
Os atendimentos variam a cada caso, mas consistem na avaliação do animal e, se preciso, o tratamento de doenças, acompanhamento biológico, uso de medicações e curativos e procedimentos cirúrgicos – o que não é uma obrigação das CAFS, mas que podem ser realizados no local. Esse tipo de atenção ajuda a proteger a fauna silvestre e a prevenir o aumento de animais em risco de extinção.
Denuncie e ajude a proteger a fauna
Ao avistar algum animal silvestre ferido ou para denúncias de atividades ilegais contra animais, entre em contato por meio da Ouvidoria do IAT ou com o Batalhão de Polícia Ambiental Força-Verde, da Polícia Militar do Paraná.
Se preferir, ligue para o Disque Denúncia 181. Informe de forma objetiva e precisa a localização e o que aconteceu com o animal. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem fazer o atendimento.
Com informações da Agência Estadual de Notícias