Uma briga dentro do Movimento Brasil Livre (MBL), que resultou na expulsão do vereador de Curitiba João Bettega (União Brasil) da entidade, pode ter gerado a primeira exoneração de alto escalão do governo Eduardo Pimentel (PSD) na capital.
Além da expulsão do MBL, que teve direito a uma carta do presidente da entidade classificando o vereador como traidor, que não trabalha (“só grava vídeos idiotas”) e faz “vista grossa para crimes cometidos pelo PL em Curitiba”, Bettega teve uma renúncia coletiva de todos os nove assessores do gabinete. Porém, antes de sair, eles protocolaram uma moção de protesto/repúdio, que segundo um deles, teria sido feita à revelia do parlamentar.
Na proposição, há críticas à nomeação de José Luiz Velloso ao cargo de presidente do Instituto Municipal do Turismo. Membro da Juventude do PL, ele é condenado por improbidade administrativa por irregularidades cometidas quando era secretário de Saúde de Antonina, no Litoral. Fato que teria passado batido pela Controladoria-Geral do Município.
Além da condenação, Velloso foi obrigado a ressarcir R$ 29,3 mil que recebeu de um empresário com suposta motivação de abater uma dívida de impostos. A sentença está anexada no documento, que foi protocolado no sistema da Câmara à 1h de quarta-feira (7).
A moção chamou a atenção na Câmara Municipal, especialmente pelas críticas feita ao relacionamento dos parlamentares com a prefeitura, além da “promessa” de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). E José Luiz Velloso acabou exonerado do cargo no final do dia. Sobre a exoneração, a administração municipal enviou uma nota, reproduzida abaixo na íntegra:
O prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, exonerou hoje o presidente do Instituto Municipal do Turismo, José Luiz Velloso. Assume, interinamente, a presidência a atual superintendente do órgão, Edle Tatiana Lessnau de Figueiredo.

Bettega diz que foi ameaçado
Procurado por O Luzeiro, Bettega afirmou que vinha tendo problemas de relacionamento no gabinete há semanas. E que a situação se tornou insustentável quando um assessor levantou a voz para ele e disse que mandava no gabinete. Afirmou ainda que foi ameaçado com a frase “se não for para resolver no carinho, será no ódio”. E que outros integrantes do MBL o disseram que “coisas ruins vão acontecer”.
Bettega relatou ainda que a situação foi levada ao movimento, que não autorizou a exoneração do assessor que foi insubordinado e logo depois resultou na sua expulsão.
Vale ressaltar que a expulsão do movimento, que não é um partido, não afeta o mandato do vereador, eleito pelo União Brasil.
Bettega foi questionado se manterá a moção em pauta ou pedirá sua retirada, mas não respondeu até a publicação desta nota. No sistema da Câmara, ela está prevista para leitura em plenário na próxima segunda-feira (12). Leia a proposição na íntegra abaixo: