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Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba celebra 140 anos de história

Passeio de trem entre Curitiba e Morretes foi eleito um dos melhores do mundo - Foto: Divulgação/Serra Verde Express

O Paraná comemora neste mês de fevereiro os 140 anos da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, que abriga o passeio de trem que liga a capital a Morretes – eleito um dos melhores do mundo.

Inaugurada oficialmente em 5 de fevereiro de 1885, o principal objetivo da ferrovia era facilitar o transporte de cargas e de diferentes insumos que o Paraná produzia na época, como a erva-mate, que representava uma grande parcela da economia do Estado. Hoje, além de sua relevância no transporte de cargas, ela também carrega o turismo como destaque, graças ao passeio até Morretes, que é operado pela Serra Verde Express.

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Uma celebração alusiva aos 140 anos da ferrovia ocorreu no final da semana passada, no recém-inaugurado Stazione. Antes situado no centro histórico de Morretes, o espaço agora atende em local mais amplo e confortável, elevando o nível do atendimento aos turistas na cidade. Às margens do Rio Marumbi, o restaurante se integra com a imponente Serra do Mar e a exuberante Mata Atlântica, proporcionando um cenário natural e aconchegante para viajantes, sobretudo, os que realizam o passeio de trem turístico.

Passeio pela ferrovia é experiência única

Situada em meio à maior área contínua preservada de Mata Atlântica Brasil, seu trajeto conta com 108,2 quiômetros de extensão, ligando a capital paranaense à cidade de Paranaguá, onde está localizado um dos principais portos da região sul do Brasil. No caminho, a estrada faz parada também em Morretes, onde é o final do passeio de trem turístico, sendo um importante indutor de visitantes nacionais e internacionais à cidade.

O itinerário conta com paisagens deslumbrantes, além de passar por 41 pontes, dezenas de pontilhões, 13 túneis e marcos da engenharia, como o Viaduto do Carvalho e a Ponte São João, que possui 113 m de comprimento e um vão livre de 70 metros.

Uma obra dos engenheiros Rebouças

A origem da ferrovia está diretamente ligada com os irmãos Antônio e André Rebouças, os primeiros engenheiros negros do Brasil. Em 1865, André teve a inspiração de construir uma estrada que ligasse Curitiba até Antonina, o que contribuiria para o desenvolvimento econômico da região. Na época, a ideia não foi levada adiante.

Anos mais tarde, empresários e barões da erva-mate reivindicaram novamente a necessidade de transportar suas cargas até o Litoral de forma mais rápida, superando as limitações sofridas pelos animais de carga. Em 1873, Antônio Rebouças entregou ao presidente da província do Estado do Paraná o projeto de construção da Estrada de Ferro, que ligaria a cidade de Antonina a Curitiba.

O engenheiro morreu no ano seguinte e o projeto passou para Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, que já havia construído a primeira ferrovia do Brasil, ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis. Em 1875, por decreto imperial, foi definido que a estrada não partiria de Antonina, mas sim de Paranaguá.

O início das obras ocorreu com a presença do Imperador Dom Pedro II, que lançou a pedra fundamental da construção no dia 5 de junho de 1880. Detalhe interessante e progressista para a época é que, conforme pedido especial dos irmãos Rebouças, o Imperador proibiu a utilização de mão de obra escrava na construção da ferrovia.

Novo restaurante em Morretes

O Stazione, novo espaço gastronômico inaugurado em Morretes, é administrado pela Serra Verde Express – operadora do trem que desce a Serra do Mar. Especializado na cultura e no preparo do Barreado, prato típico de municípios litorâneos, o restaurante agora tem capacidade para mais de 250 pessoas, propagando ainda mais a cultura do prato – um dos produtos paranaenses com selo de Indicação Geográfica (IG).

De acordo com Adonai Arruda Filho, diretor-geral da Serra Verde Express, o novo espaço valoriza também a cultura criada nas atividades da ferrovia, que trouxe a Morretes o desenvolvimento econômico junto da atividade turística. “A ampliação do Stazione Morretes era uma demanda antiga, pois precisamos atender à alta demanda de visitantes e oferecer um espaço diferenciado para eventos sociais e corporativos”, comenta.

“Com essas inovações, reafirmamos o compromisso da Serra Verde Express com a qualidade, a tradição regional e o bem-estar de seus clientes, consolidando-se como um ponto de encontro que celebra o melhor da cultura e da natureza da região”, acrescenta Arruda Filho.

Espaço para manter a memória viva

Em setembro do ano passado, Morretes ganhou um espaço cultural e turístico, com foco em manter viva a história da ferrovia. A Casa da Memória Éric J. Hunzicker fica dentro da Estação Ferroviária, importante ponto de visitação da cidade, e retrata personalidades, aspectos culturais e a evolução da linha férrea.

Com informações da Agência Estadual de Notícias

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