A Aids alcançou um status pandêmico há décadas, passou por um período de relativo controle e, hoje, reapareceu, o que acendeu um alerta nos serviços de saúde e na comunidade médica. Nesse contexto o Laboratório de Ensino e Pesquisa e Análises Clínicas (Lepac) da UEM realizou mais de 11 mil exames para identificação do vírus HIV.
O setor é referência nacional no diagnóstico da Aids, com certificação pelo Ministério da Saúde (MS) e é o único laboratório público na macrorregião Noroeste a realizar os exames para acompanhamento de dosagem da carga viral e contagem das células que realizam a resposta contra doenças (linfócitos T CD4+) que são destruídas pela doença, além de realizar também os exames mais básicos de sorologia.
O Lepac realizou neste ano 1.397 exames de sorologia para identificação da doença, 6.600 exames de carga viral e 3.014 exames de contagem de linfócitos T CD4, um total de 11.011 exames. O número foi maior do que o de 2023, ano em que o Laboratório contabilizou 10.397 exames, entre os quais 1.661 de sorologia, 6.033 de carga viral e 2.703 de contagem de linfócitos T CD4. Os dados referentes a exames de sorologia não indicam, contudo, positividade dos casos.
Segundo a coordenadora do Lepac, Regiane Bertin de Lima Scodro, o Laboratório é certificado para a realização de exames laboratoriais de alta complexidade não disponíveis na rede privada e nem na rede básica do SUS. Com um atendimento seguro e discreto, é um dos quatro laboratórios públicos a realizar o exame de acompanhamento de dosagem da carga viral. Os exames também podem ser feitos em Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu.
O Lepac atende a toda a macrorregião, que envolve a região de Maringá, Campo Mourão, Cianorte, Paranavaí e Umuarama, o que representa 115 municípios e um total de 1,8 milhão de atendidos. Pouco mais da metade dos atendimentos (56%) são de habitantes da 15ª Regional de Saúde, mas também há atendimentos significativos das 12ª (15%), 11ª (12%), 14ª (9%) e 13ª (8%) regionais do Estado.
HIV
O diretor-adjunto do Centro de Ciências da Saúde (CCS), professor Dennis Armando Bertolini, do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina da UEM, afirma que os índices de infectados por HIV no Brasil têm diminuído progressivamente há anos: “Hoje, o indivíduo com a doença toma uma pílula, que contém 3 antirretrovirais. Já está em desenvolvimento uma vacina que pode ser tomada a cada semestre”, avaliou. “Quanto mais se facilita e suaviza o tratamento, mais fácil é a adesão do paciente, já que a doença é, por enquanto, incurável.”
A dificuldade no tratamento também existe no diagnóstico, o principal desafio. Isso porque os doentes de Aids geralmente descobrem que estão com a doença já em estado avançado. “Quando o paciente começa a sentir as dores, significa que a doença já destruiu parte significativa do sistema imunológico dele. Aí, outras doenças oportunistas aproveitam dessa baixa imunidade”, complementou Bertolini.
O Lepac fica no câmpus Maringá, no Bloco K10, e atende pelo telefone (44) 3011-4317.
Com informações da Agência Estadual de Notícias