Este ano, o Paraná contabilizou 12.808 ocorrências de incêndios florestais, o dobro de casos em 2023 (6.495) e quase o triplo de 2022 (4.659). Porém, o início do mês de outubro registrou 481 ocorrências, número 57% menor do que no mesmo período de setembro, que registrou 1.121 ocorrências.
Em reunião virtual na última quinta-feira (17), foram analisados os dados dos últimos 20 dias nas condições meteorológicas além dos comparativos mensais de incêndios florestais. Segundo a chefe da assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros, capitã Luisiana Cavalca outubro historicamente é o mês com maior umidade no estado. “Tínhamos essa expectativa de que o clima seguiria a tendência evidenciada nos levantamentos dos últimos cinco anos. Felizmente tivemos uma redução muito expressiva”, completa.
De acordo com o Simepar, a ocorrência de chuva deve ser mais frequente ao longo da primavera e início do verão, podendo haver períodos mais prolongados associados a novas ondas de calor. “Esse comportamento de chuvas irregulares deve se manter até o primeiro trimestre de 2025. O verão deve registrar chuvas muito próximas da média histórica. A gente não espera que a seca se acentue no Estado”, destaca o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib.
Estiagem
Entre julho e setembro a Defesa Civil emitiu 26 alertas de risco máximo de incêndio em todo o território. Para o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schünig, a exemplo dos registros em boa parte do país, no Paraná as condições meteorológicas também foram atípicas. “Tivemos temperaturas elevadas em momentos não esperados que ficaram muito acima da normalidade. O clima está dando sinais de que as mudanças ocorreram.”
Segundo o Simepar há quatro meses a estiagem moderada atinge o Paraná. A atuação de massas de ar seco e quente afastou a chuva volumosa e mudou o clima. A atuação de algumas ondas de calor sobre o estado ocasionaram períodos quentes com temperaturas acima dos 5°C.
Inverno mais quente dos últimos 30 anos
De acordo Simepar, o parte do Paraná teve o inverno mais quente em quase três décadas. Kneib descreve que os meses do outono e inverno apresentaram níveis de chuva abaixo da média histórica. “Houve vários dias com as temperaturas bastante elevadas e isso contribuiu para o surgimento e a atuação da seca nas regiões Noroeste, Centro-Norte, Campos Gerais e Norte Pioneiro”, destaca.
Em janeiro, a chuva abaixo da média já dava sinais de que este seria um ano com predomínio de tempo seco. Setembro trouxe novo recorde de temperaturas, em alguns dias as máximas ficaram até 5ºC acima do previsto. Nos 30 dias do mês, 12 foram de risco muito alto de incêndio, de acordo com os alertas emitidos a cada 24 horas pelo Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cegerd).
Com informações da Agência Estadual de Notícias