O Refúgio da Vida Silvestre dos Guarás vai agrupar seis pequenas ilhas encravadas na Baía de Guaratuba, no Litoral – Araçá, Garças, Perigo, Capim do Meio, Capim e Garcinha. Esse será o 74º complexo ambiental administrado pelo Instituto Água e Terra (IAT).
Diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto explica que a nova Unidade de Conservação será de Proteção Integral, ou seja, com o objetivo de preservar a natureza, admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais com foco na preservação da biodiversidade local. No caso do Refúgio dos Guarás, o espaço será liberado para pesquisas científicas voltadas para o cuidado com as aves.
“O que nós vamos fazer é um ordenamento, um controle de acesso para o monitoramento das aves. Afinal, elas já estão lá, aquele espaço é delas”, afirma Andreguetto.
Andreguetto explica que o pássaro de pelagem vermelha é símbolo do litoral paranaense. Segundo dados do Instituto Guaju, parceiro do IAT em ações de conservação da espécie, o guará voltou a se instalar na Baía de Guaratuba após décadas – a ave chegou a ficar extinta por cerca de 80 anos, retornando em 2008.
Esses animais desempenham um importante papel nos manguezais. A espécie é vista com maior incidência em Guaratuba e Guaraqueçaba, nomes de origem indígena que significam respectivamente “Terra de muitos Guarás” e “Lugar de Guarás”.
Legislação
Levantamento do Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do Instituto Água e Terra aponta a existência de 3.453 ilhas no Estado, sendo 2.835 fluviais, 354 marítimas, 65 mistas e 194 lacustres (lagos de água doce). A União é quem tem a titularidade sobre essas ilhas.
No caso do território da Baía de Guaratuba, que é atualmente o habitat dos guarás, o Governo Federal já concordou com o termo de cessão, que valerá por tempo indeterminado. A Secretaria de Estado do Planejamento está finalizando os trâmites para incorporação do patrimônio natural, previsto para ocorrer até o começo de 2025.
Área verde
O Paraná possui hoje 73 Unidades de Conservação catalogadas pelo IAT, das quais 25 estão atualmente abertas para visitação geral. Esse montante compreende mais de 26.250,42 km² de áreas protegidas por legislação, formadas por ecossistemas livres que não podem sofrer interferência humana ou aquelas com o uso sustentável de parte dos seus recursos naturais, como os parques abertos à visitação pública.
Com informações da Agência Estadual de Notícias