Além de assistência técnica para implantar ou assistir os cultivos de morango, agricultores de morango da Região Metropolitana de Curitiba também são capacitados no cultivo através de visitas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).
A iniciativa reúne agricultores e agrônomos do IDR-Paraná em encontros periódicos nas propriedades, durante os quais se discute o manejo do morangueiro. Os agricultores veem, na prática, a aplicação das orientações teóricas. O treino visita ajuda o produtor a compreender aspectos técnicos do trabalho com o morango, melhora a gestão da propriedade e pode significar uma economia de até 20% no uso de insumos.
Até mesmo a organização dos produtores foi influenciada pelos treinos visita. Estão sendo formados grupos de agricultores para a compra comunitária de insumos. “A ideia de colaboração começou a ser discutida nesses grupos, pensando-se até na formação de associações ou cooperativas”, afirmou Luís Gustavo Lorga, do IDR-Paraná de Fazenda Rio Grande.
Atualmente existem três grupos de treinos visita para morango na Região Metropolitana de Curitiba, com até 30 produtores cada. Um deles reúne agricultores de Almirante Tamandaré, Colombo e Bocaiúva do Sul. Outros dois grupos estão em Araucária.
No próximo ano devem ser formados novos grupos na RMC. O IDR-Paraná também está capacitando outros extensionistas para que a prática possa ser levada a outras regiões produtoras de morango.
Orientações na propriedade
No treino visita o extensionista apresenta o conhecimento teórico para os produtores numa tarde de aconselhamento. Em seguida passa para a área produtiva onde tudo é visto na prática. Assim, os produtores aprendem a identificar os problemas. Segundo Lorga, as orientações abordam alguns temas que norteiam o trabalho.
O primeiro deles é explicar aos agricultores as condições ambientais necessárias para a produção de morango. “Entre eles estão temperatura, umidade relativa do ar, fotoperíodo, tempo de exposição a claridade. Por isso, algumas vezes é preciso fazer adaptações na propriedade”, explicou o extensionista.
Um outro ponto é a estrutura de cultivo, ou seja, as condições de declividade do solo, o tipo de estrutura da estufa, o uso de bancadas, substratos e irrigação. Um terceiro aspecto importante é o tipo de cultivar que será usado, optando por aquelas que são resistentes a doenças, pelas variedades que produzem no verão ou inverno, cultivos que vão produzir para o comércio ou colhe-pague e também onde esse material pode ser adquirido com segurança.
Os agricultores são treinados para saber o momento e a forma correta de fazer o manejo do cultivo. “No início do ataque de pragas e doenças, o controle biológico pode resolver o problema. Por isso treinamos o produtor a identificar esses problemas no início. Quando é mais intenso há vários métodos, desde fazer uma poda drástica, até uso de agroquímicos, sempre com a orientação técnica de um profissional”, explica.
O produtor deve, ainda, respeitar o período de carência dos produtos, volume da calda, o uso de EPI (Equipamento de Proteção individual), bicos de pulverização adequados, além de fazer um monitoramento para saber se o produto fez efeito ou não, ensina Lorga.
Acompanhamento
A assistência técnica não termina na produção. Lorga ressalta que é feito um acompanhamento para que os produtores reconheçam o ponto de colheita do morango, o melhor tipo de embalagem e como é feita a seleção dos frutos.
Há também um protocolo mínimo que é apresentado para quem vai investir na agroindústria. “Para quem lida com morango congelado, por exemplo, é preciso ter cuidado para evitar a contaminação e ter alvará da inspeção municipal. Quem lida com a fruta deve seguir princípios de higiene do produto e pessoal para não levar contaminações para os frutos”, observou Lorga.
O treino visita finaliza com a capacitação dos produtores na cadeia logística, armazenagem, transporte e possíveis produtos a base de morango para diversificar a renda da propriedade. Com esse método, afirma o extensionista, os produtores passaram a conhecer mais sobre a cultura do morango, melhores escolhas na hora de comprar insumos, aprenderam a fazer uma nutrição mais balanceada, diminuíram a compra de produtos que ficavam estocados.
A ação para combater pragas e doenças também ficou mais assertiva. “No treino visita o produtor participa o tempo todo e nós motivamos os produtores a fazer mudanças”, explica.
Com informações da Agência Estadual de Notícias.