O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e o Simepar – Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná – divulgam nesta sexta-feira (20) o último boletim do serviço Alerta Geada neste ano. O serviço, ativado em maio, tem como objetivo alertar os produtores rurais, especialmente os cafeicultores, sobre possíveis ondas de frio que possam prejudicar a agricultura. Foram emitidos nesta edição 120 boletins diários com previsões de temperatura e risco de geada durante o período de operação.
Aos cafeicultores que realizaram o “chegamento de terra” nos troncos dos cafeeiros, a orientação é remover a proteção manualmente, evitando danos às plantas.
Assim como ocorreu nos últimos dois anos, neste inverno não houve a entrada de massas de ar polar com potencial de causar prejuízos à agricultura. “Foi uma estação atípica, com ondas de calor, bloqueios atmosféricos e o fenômeno El Niño”, explica a meteorologista Ângela Costa. O El Niño eleva a temperatura das águas do Pacífico, com impacto sobre os padrões climáticos globais.
Mapas das temperaturas do inverno paranaense estão disponíveis no app IDR Clima, na App Store, Google Play e no site do IDR-Paraná.
Cafeicultura
A cafeicultura ocupa 25,3 mil hectares no Paraná, com produção estimada de 670 mil sacas beneficiadas este ano. A atividade é destaque em mais de 180 municípios, sendo a principal fonte de renda em mais de 50, com 80% das propriedades pertencendo a pequenos agricultores familiares.
Para proteger as lavouras, o Alerta Geada recomenda amontoar terra até o primeiro par de folhas dos cafeeiros de seis a 24 meses, técnica conhecida como “chegamento de terra”, para evitar danos causados por geadas severas. A proteção deve ser removida em meados de setembro, de preferência com as mãos.
Em lavouras novas, com até seis meses, a recomendação é enterrar as mudas ao sinal de alerta. Viveiros devem ser cobertos com plástico, retirando a proteção logo após a passagem do frio.
Primavera
Para a primavera, que começa no domingo (22), é esperada a atuação do fenômeno La Niña — que, ao contrário do El niño, é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico —, resultando em chuvas irregulares e abaixo da média histórica esperada para o período no Paraná, segundo Ângela Costa.
Serviço
O Alerta Geada foi criado em 1995 para orientar cafeicultores na proteção de lavouras novas, e hoje também serve a outros segmentos da agropecuária e economia, como turismo, comércio e construção civil.
Durante a operação, pesquisadores publicam boletins diários sobre as condições meteorológicas e massas polares. Caso haja risco de geada, um alerta é emitido com 48 horas de antecedência e, se as condições persistirem, um novo aviso é dado até 24 horas antes.
O Alerta Geada opera de maio a setembro e será reativado em 2025. O serviço é uma parceria do IDR-Paraná, Simepar e a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).