Em sua 4º edição, o Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) vai destinar R$ 2 milhões para a aceleração de até 10 projetos com potencial para negócios. São 28 projetos científicos ligados à universidades instaladas no Estado que serão selecionados até o dia 25 de setembro.
Promovido anualmente, o Prime tem como objetivo transformar os resultados de pesquisas acadêmicas com potencial de mercado em novos produtos, serviços e negócios. O programa conta com a parceria da Fundação Araucária e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR), responsável pela aplicação, de forma remota, dos conteúdos dos workshops, como aspectos jurídicos, comerciais, de negócios, finanças, inovação, financiamento, entre outros.
Todos os projetos selecionados para a segunda etapa do programa contam com patente registrada ou depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), instituição ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Do total, 13 são pesquisadores das universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), do Oeste do Paraná (Unioeste) e do Centro-Oeste (Unicentro); e 10 estão ligados à Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Os outros cinco são vinculados à Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Universidade Positivo (UP).
Sustentabilidade
Uma das pesquisas propõe um isolante térmico para edificações, que reaproveita de maneira sustentável o bagaço da mandioca, um resíduo comum da produção industrial de produtos alimentícios, como farinha, amido e polvilho. Além de dar um novo destino para esse tipo de matéria-prima, que seria descartada, a ideia representa uma alternativa eficiente para substituir a lã de vidro, item de revestimento geralmente usado no setor da construção civil.
A solução é resultado de um estudo desenvolvido pelo estudante de doutorado Gustavo de Carvalho Gorges, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Unioeste, no câmpus de Toledo. Ele destaca a importância do apoio governamental para transformar pesquisas acadêmicas em produtos e serviços. “O investimento do governo estadual em transformar nossas ideias em produtos e serviços promove o crescimento do nosso Estado e valoriza o esforço e a dedicação que colocamos nas pesquisas”, afirma.
A patente do produto desenvolvido na Unioeste foi registrada no programa de Patentes Verdes do Inpi, que é voltado para novas tecnologias que contribuem para o meio ambiente e combate às mudanças climáticas.
Reciclagem
A ideia da pesquisadora de pós-doutorado Fabiola Azanha de Carvalho, consiste num recipiente feito com resíduos da agroindústria, que serve para cultivar hortaliças, verduras e árvores de grande porte. Além de diminuir o uso de vasos de plástico, o vaso alternativo fortalece as plantas dentro de si com nutrientes na fase inicial de crescimento. Esse projeto é realizado em parceria com o professor Fabio Yamashita, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UEL e envolve alunos dos programas de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos e em Biotecnologia da UEL.
Doutora em Ciência dos Alimentos, Fabiola destaca a relevância do programa governamental. “O Prime é um programa muito importante porque ele fomenta a interação entre academia e setor empresarial”.
Resíduos
Em Apucarana, na região do Vale do Ivaí, o engenheiro químico Guilherme Andreoli Gil, em parceria com o professor Murilo Moisés, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da UTFPR, propõe um tratamento para resíduos industriais. Sem usar aditivos químicos ou biológicos, o novo processo tem como resultado um biocarvão livre de contaminantes tóxicos, que pode ser usado diretamente no solo ou como componente de outros insumos, como fertilizante agrícola.
O biocarvão também pode substituir combustíveis sólidos empregados em indústrias para manter o funcionamento de máquinas, como em siderúrgicas, mineradoras e cimenteiras. Já o material líquido resultante do processo de tratamento dos efluentes dessa inovação pode ser utilizado para reabastecer caldeiras ou aquecedores da produção industrial, o que contribui para uma economia de água nesse setor econômico.
Comercialização
Em setembro, o governo estadual irá publicar um edital para seleção de empresas interessadas em licenciar e comercializar as soluções inovadoras propostas pelos participantes dessa segunda etapa do Prime 2024. O objetivo é fomentar a cooperação entre o setor público e a iniciativa privada através de avanço tecnológico e sustentável da economia paranaense.
Com informações da Agência Estadual de Notícias