Agora é para valer. A partir da 0h desta sexta-feira (16) está aberto o prazo oficial de campanha eleitoral visando as eleições municipais de 6 de outubro. Os candidatos já podem pedir votos, realizar eventos de campanha, fazer propaganda e tudo mais que a legislação eleitoral permitir para tentar conquistar os votos dos eleitores de suas cidades. E, ao contrário do que foi em 2020, a campanha deste ano promete ser bastante acirrada nas principais cidades do Paraná, com perspectiva de segundo turno na maioria dos municípios com mais de 200 mil habitantes (critério para que a eleição possa ter dois turnos).
Se, em 2020, das cinco cidades paranaenses com possibilidade de segundo turno, só os eleitores de Ponta Grossa precisaram ir às urnas duas vezes, neste ano, a campanha começa com perspectiva forte de segundo turno em cinco das sete cidades que ultrapassaram o número de 200 mil eleitores aptos a votar.
O menor número de candidatos à reeleição (a maioria destes prefeitos está em segundo mandato) e uma maior divisão das forças políticas no Estado podem explicar esse novo quadro nas eleições municipais paranaenses. A divisão da centro-direita, com candidaturas capitaneadas pelo PSD do governador Carlos Massa Ratinho Junior, o PP do deputado federal e secretário de Indústria e Comércio, Ricardo Barros, e o União Brasil, do senador Sergio Moro, aumentou o número de candidatos viáveis nas grandes cidades, impedindo uma polarização da disputa já no primeiro turno – ao menos neste início de campanha.
Curitiba
Em 2020, Curitiba mal teve campanha para a prefeitura. Rafael Greca (PSD) não teve nenhuma dificuldade para se reeleger. Já largou com grande vantagem, pôde dar-se ao luxo de ignorar debates, entrevistas e sabatinas, e, por mais que os adversários tentassem criar mobilizações paralelas, debates em praça pública e outras estratégias para buscar uma reviravolta, foi reeleito com praticamente 60% dos votos já no primeiro turno, contra 13% do segundo colocado, Goura (PDT).
Sem poder disputar mais um mandato, Greca lançou seu vice, Eduardo Pimentel (PSD) para sucedê-lo. Mas, mesmo com o apoio do prefeito e do governador Ratinho Junior (PSD), Pimentel não terá a mesma facilidade. Os esforços do grupo político do governador para “limpar o caminho” para Eduardo não foram tão bem sucedidos e, apesar de nomes importantes como Deltan Dallagnol (Novo) e Beto Richa (PSDB) terem saído da disputa, o grande número de candidatos com potencial de boa votação indicam uma eleição acirrada, com tendência de segundo turno e sem previsão de quais seriam os dois nomes que seguiriam na disputa para a votação de 3 de novembro.
Além de Eduardo Pimentel, estão na disputa o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), o deputado estadual e segundo colocado nas eleições de 2016 Ney Leprevost (União), o ex-governador Roberto Requião (Mobiliza) e a deputada estadual Maria Victória (PP), além de Luizão Goulart (Solidariedade), Andrea Caldas (PSol), Felipe Bombardelli (PCO) e Samuel de Mattos (PSTU). Cristina Graeml (PMB) está inscrita como candidata, mas enfrenta uma batalha interna com a direção nacional do próprio partido para conseguir se manter na disputa.
Londrina
A reeleição de Marcelo Belinati (PP) em Londrina foi ainda mais fácil que a de Greca. O atual prefeito recebeu 68% dos votos válidos já no primeiro turno, com o segundo colocado somando apenas 7%. Para sua sucessão, o grupo do prefeito escolheu a secretária municipal de Educação, Maria Tereza de Moraes (PP), mas ela enfrentará importantes nomes da política local e estadual, como o deputado estadual Tiago Amaral (PSD), que conta com o apoio do governador; o ex-prefeito Barbosa Neto (PDT); o deputado federal Diego Garcia (Republicanos), o deputado estadual Tercílio Turini (MDB); a professora Isabel Diniz (PT) e o policial militar Coronel Villa (PSDB), em mais uma eleição que tende a ir para o segundo turno.
Maringá
Na terceira maior cidade do Paraná, o prefeito Ulisses Maia conseguiu a reeleição no primeiro turno, em 2020, com 56,85% dos votos válidos. O segundo colocado, o ex-deputado Homero Marchese (então no Pros), recebeu 18%. Para a disputa deste ano, o PSD lançou o vice-prefeito, Edson Scarpa. O principal adversário de Scarpa e, hoje, favorito na disputa (Paraná Pesquisas PR-00527/2024*) é o ex-prefeito Silvio Barros (PP), em uma disputa que tem, ainda, Humberto (PT), Evandro Oliveira (PSDB) e José Santos (Mobiliza).
Em Maringá, articulações políticas das duas principais coligações conseguiram tirar da disputa nomes importantes como os dos deputados Delegado Jacovós (PL) e Do Carmo (União), além de Marchese (hoje no Republicanos). Com isso, há possibilidade de a eleição ser decidida já no primeiro turno.
- O levantamento da Paraná Pesquisas ouviu 700 eleitores entre os dias 19 e 24 de abril de 2024. A margem de erro é de 3,8 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança do levantamento é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número PR-00527/2024.
Ponta Grossa
A cidade que teve a eleição mais disputada de 2020 no Paraná, com um eletrizante segundo turno entre a prefeita eleita, Professora Elizabeth e a deputada Mabel Canto (PSDB), tem tudo para repetir a dose neste ano, com a campanha começando com quatro candidatos com potencial de segundo turno. A prefeita não conseguiu se viabilizar dentro do PSD, partido pelo qual foi eleita e ao qual esteve filiada até abril deste ano.
A legenda de Ratinho Junior preferiu lançar o ex-prefeito Marcelo Rangel. Elizabeth, então, filiou-se ao União Brasil e manteve a candidatura à reeleição. E a disputa ainda conta com a deputada estadual Mabel Canto (PSDB), que apareceu na liderança na última pesquisa divulgada pela Radar Inteligência*, e o deputado federal Aliel Machado (PV). Magno Zanellato (Novo) corre por fora nesta disputa, que, muito provavelmente, só será decidida no segundo turno.
- 600 pessoas foram entrevistadas pela Radar Inteligência entre os dias 8 e 10 de julho de 2024. A pesquisa foi contratada pela D’Ponta Mídia e Consultoria Ltda/Grupo D’Ponta. Confiança: 95,5%. Margem de erro: 4 pontos percentuais para mais ou para menos. Registro no TSE nº PR-08101/2024.
Cascavel
Leonaldo Paranhos (PSC) foi reeleito prefeito de Cascavel com o maior percentual de votos entre as cidades com possibilidade de segundo turno em 2020: 71,7% dos votos válidos. O deputado estadual Márcio Pacheco (então no PDT) foi o segundo colocado, com 10%. Para a eleição deste ano, a cidade tem apenas quatro candidatos. Mesmo assim, a perspectiva é de segundo turno.
Mais uma vez, a centro-direita chega dividida na disputa. O candidato da situação é o atual vice-prefeito, Renato Silva (PL), mas ele tem como adversários Márcio Pacheco (que agora está no Repúblicanos) e o ex-prefeito Edgar Bueno (PSDB). Apostando em tirar proveito da divisão dos votos da direita para chegar ao segundo turno, a esquerda concentrou-se em uma candidatura única, a da vereadora Professora Liliam (PT).
Foz do Iguaçu
Pela primeira vez na história, Foz do Iguaçu poderá ter uma eleição municipal em dois turnos. Isso porque o município só superou os 200 mil eleitores em 2023. A novidade inflou o número de candidatos a prefeito e sete nomes disputam a eleição de 6 de outubro. Com o prefeito Chico Brasileiro (PSD) fora da disputa por já ter sido reeleito, o cenário é de indefinição e grande possibilidade de segundo turno.
Dois ex-prefeitos estão na disputa: Paulo Mac Donald Ghisi, pelo PP, e Sâmis da Silva, pelo PSDB. O fato novo da eleição é a candidatura do ex-diretor geral da Itaipu Binacional General Silva e Luna (PL), referendado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda concorrem à prefeitura de Foz Airton José (PSB), Latinha (Rede), Sérgio Caimi (PMB) e Zé Elias (União).
São José dos Pinhais
Outra cidade que rompeu a barreira dos 200 mil eleitores para este pleito foi São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. No entanto, com apenas três candidaturas registradas à prefeitura, a possibilidade de que a eleição seja decidida já em 6 de outubro é uma realidade.
No município, a prefeita Nina Singer (PSD) tenta a reeleição rivalizando com um antigo aliado, o deputado federal Geraldo Mendes (União) e com o candidato da frente de esquerda, Wilson Cabelo (PT).