Nos últimos três anos, produtores rurais no Paraná vêm se destacando na transição energética ao adotar a produção de energia elétrica a partir de restos da produção de proteína animal, como dejetos, gorduras, ossos e vísceras. No entanto, apesar dos avanços significativos impulsionados pelo programa Renova Paraná, outros segmentos do agronegócio ainda mostram resistência à transição energética.
Por meio de subsídios na compra e instalação de equipamentos para a produção de biogás, o Paraná se tornou líder em potência média por unidade instalada entre os estados do Sul e Sudeste, com 21,83 quilowatts (kW) por unidade, superando São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Por causa da forte presença do agronegócio no Estado, o Paraná tem uma vantagem a ser aproveitada. Segundo Herlon Goelzer de Almeida, coordenador do RenovaPR, “Temos no Paraná uma produção expressiva de proteína animal, cujas sobras (dejetos, gorduras, ossos e vísceras) podem gerar biogás.”
Construindo um panorama
Ao longo de três anos, 796 técnicos foram treinados pelo IDR-Paraná em parceria com o Sistema Faep/Senar e Cibiogás, para atuar em todo o estado, orientando produtores na implementação de sistemas de energia renovável. Além disso, mais de 1.200 ações de promoção do programa foram realizadas, incluindo reuniões técnicas, seminários regionais e participação em feiras e exposições.
Hoje, o Paraná conta com 34.485 ligações rurais em geração distribuída, das quais 82,2% foram realizadas nos últimos três anos. A redução nos custos de instalação dos projetos de energia renovável, que caíram de R$ 8,77 por watt pico em 2016 para R$ 3,17 em 2024, tem sido um fator chave para a crescente adesão dos produtores.
Ainda assim, Almeida ressalta a necessidade de maior envolvimento da iniciativa privada para superar os desafios remanescentes e expandir o uso de energias renováveis para outros setores do agronegócio.
Com informações da Agência Estadual de Notícias